Caso Lara: Justiça marca 1º audiência mais de um ano após adolescente ser encontrada morta


Lara Oliveira do Nascimento, de 12 anos, foi encontrada sem vida três dias depois de desaparecer, em Campo Limpo Paulista (SP). Único suspeito do crime continua foragido. Adolescente foi morta após sair para comprar refrigerante; suspeito do crime está foragido
Arquivo pessoal

A Justiça marcou para o dia 24 de maio a primeira audiência sobre o caso da adolescente Lara Oliveira do Nascimento, de 12 anos, que foi encontrada morta em Campo Limpo Paulista (SP) A desapareceu quando saiu de casa para comprar refrigerante, em março do ano passado, e foi encontrada sem vida três dias depois. O único suspeito do crime continua foragido.
Segundo o Ministério Público, a audiência vai ouvir as testemunhas e fazer a antecipação das provas, pois elas podem esquecer nomes e fatos do ocorrido. Desta forma, caso o suspeito seja preso em determinado momento, será necessário apenas que ele seja interrogado.
Considerado foragido desde o dia 28 de março do ano passado, Wellington Galindo de Queiroz é, por enquanto, o único suspeito do crime. Ele foi indiciado por homicídio e ato libidinoso.
Suposto sequestro
Uma câmera de segurança registrou um suposto sequestro em um local que fica a 50 metros do mercadinho onde a adolescente Lara foi vista pela última vez, em Campo Limpo Paulista. O vídeo foi apresentado à Justiça e está sob análise (assista abaixo).
De acordo com a investigação, a imagem mostra à distância um veículo aparentemente de cor prata, que seria o carro de Wellington Galindo de Queiroz, o único suspeito do crime, passando pela Rua dos Monges e fazendo um retorno.
Câmera registra suposto sequestro próximo a mercado onde Lara foi vista pela última vez
Em seguida, o veículo estaciona atrás das árvores, muito próximo ao mercadinho onde Lara havia ido comprar um refrigerante antes de desaparecer. A investigação aponta que, momentos depois, uma pessoa sai do carro e vai até o lado oposto da rua.
Ainda segundo o registro em vídeo analisado pela polícia, quase um minuto depois, surge uma segunda pessoa, que aparenta ser uma criança, se aproximando.
Logo depois, a primeira pessoa, que dirigia o carro, aparenta correr atrás da segunda. Ela a agarra e a leva em direção ao carro, que sai na direção oposta. Todo o material obtido na investigação foi apresentado à Justiça e será analisado.
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso
No relatório, uma das testemunhas informou que estava indo pegar um ônibus para Campo Limpo Paulista, junto de sua mãe, e que viu a menina saindo do mercadinho. Também informou que viu um carro prata passando na rua e se recorda de ser encarado por um dos ocupantes do veículo, momento em que o carro seguia a menina Lara.
Ainda informou que, enquanto o ônibus não chegava, a mãe entrou no mercado. Após alguns segundos, escutou uma freada e uma buzina de ônibus, onde viu uma menina sair correndo. Informou que pensou ser um acidente, porém viu um homem saindo do carro prata e agarrando a criança.
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Outra testemunha, que na ocasião morava próximo ao terreno onde o corpo da adolescente foi encontrado, informou que dias antes de encontrarem o corpo de Lara, estava na varanda da casa, perto da lavanderia, quando viu um carro prata parado bem no local. Após alguns minutos, quando retornou, viu o carro saindo em direção à cidade de Francisco Morato.
Relatório final
Com base em depoimentos de testemunhas e parentes, além de análises de áudios e câmeras de monitoramento, a polícia concluiu que Wellington Galindo de Queiroz é, por enquanto, o único suspeito do crime. Ele foi indiciado por homicídio e ato libidinoso e é considerado foragido desde o dia 28 de março.
O relatório também apontou que a adolescente negou qualquer contato com o homem, que aplicou quatro golpes na cabeça da adolescente para que ela não o denunciasse.
Em agosto, policiais da DIG de Jundiaí e de São Paulo chegaram a ir até o interior de Pernambuco (PE) após receberem a informação de que o suspeito estaria escondido na região, mas ele não foi encontrado.
O relatório final da investigação também mostrou que Wellington enviou um áudio para a namorada após cometer o crime, dizendo que ela deveria falar à polícia que ele havia ido embora de casa. A TV TEM teve acesso ao áudio que consta no inquérito.
“Ó, fia. Minha bateria tá acabando, fia. Vou dizer pro cê, fia. É, tá muito perigoso pra mim se apresentar, fia. Não vou me apresentar não, viu fia? Qualquer coisa, você diga que eu terminei com você e fui embora de casa ontem, entendeu? E, assim, eu tô indo pra Agrestina, tá bom?”, disse Wellington no áudio.
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Além disso, durante as investigações, a polícia fez busca e apreensão na casa do suspeito. O imóvel fica no bairro Jardim Vassouras, em Francisco Morato.
Na residência, além de material de construção civil foi localizado um buraco na cozinha. Também foi observado que a casa de Wellington , apontado como o único suspeito do crime, fica aproximadamente a um quilômetro do local onde foi encontrado o corpo da garota.
O relatório final da investigação contém cerca de 50 páginas e foi entregue em agosto ao Ministério Público.
Relembre o caso
Lara desapareceu no dia 16 de março de 2022, quando saiu de casa para comprar um refrigerante em uma mercearia a cerca de 600 metros de sua casa. O corpo dela foi encontrado com marcas de violência, no dia 19 de março.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Lara morreu por traumatismo craniano causado por ao menos quatro golpes na cabeça. O legista citou a presença de sinais de crueldade e disse que possivelmente foi usado um martelo ou uma picareta. O documento confirmou também que uma substância encontrada no corpo da adolescente era cal.
No dia 29 de março de 2022, funcionários do mercado onde a menina esteve antes de desaparecer prestaram depoimento à polícia. As equipes de investigação também percorreram bairros de Francisco Morato, cidade vizinha, para ouvir mais moradores.
Segundo o delegado, o suspeito já havia sido ouvido informalmente por telefone e foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia, mas se negou. Após a intimação, a polícia não conseguiu mais contato com o suspeito.
A Polícia Civil analisou mais de cinco mil imagens de câmeras de segurança para identificar e localizar o suspeito de matar a adolescente.
Em imagens analisadas pela polícia, Wellington aparece dirigindo um carro prata. Elas mostram o momento em que o veículo para perto do local onde a menina desapareceu, no mesmo dia e próximo ao horário.
Vídeo mostra carro parado em local onde menina achada morta foi vista pela última vez
O veículo foi localizado em outra cidade e apreendido. Em depoimento, a proprietária do veículo disse que teve um relacionamento com o suspeito, mas que eles não estavam mais juntos.
Wellington tem passagens na polícia por tráfico de drogas, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Ainda em março, a Justiça decretou a prisão temporária dele por 30 dias pelo assassinato da adolescente.
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