Crise do Galeão: deputados federais propõem soluções para aumento de voos no aeroporto


Concessionária se reuniu nesta quinta-feira (27) com o ministro Márcio França. Aeroporto do Galeão vazio na véspera do feriado de Páscoa
Reprodução/TV Globo
A empresa que controla o Galeão se reuniu nesta quinta-feira (27) com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. O RioGaleão informou que o encontro foi mais uma etapa das conversas para identificar soluções para a administração do aeroporto.
O RJ2 ouviu deputados federais que acompanham as discussões sobre o Galeão. Leia abaixo.
Lindbergh Farias (PT): “O Aeroporto do Galeão chegou a transportar 17 milhões de passageiros em 2012. Era o segundo maior aeroporto do Brasil. Caiu para 10º em 2022. Pouco mais de 5 milhões de passageiros. O esvaziamento do Galeão é muito ruim para a economia do Rio de Janeiro, para o turismo do Rio.
Max Lemos (PDT): “O mais urgente é ter compartilhamento de voos domésticos para aumentar o movimento do Galeão. É importante para o Rio, importante para o Turismo e importante para a geração de emprego e a nossa luta não vai parar. Já essa semana, na audiência pública que tivemos com a associação das empresas aéreas, eu tive a oportunidade, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, de cobrar que todos possam estar juntos nessa luta em defesa do Galeão, e esse é o nosso posicionamento”.
Bandeira de Mello (PSB): “Essa é uma situação que precisa ser resolvida rapidamente porque a deterioração e o esvaziamento do Galeão estão fazendo muito mal para a economia do Rio de Janeiro. O ideal seria que o Santos Dumont ficasse dedicado à Ponte Aérea e aos voos para Brasília. E você deixar os voos internacionais, as conexões e os voos para todas as outras localidades do Brasil no Galeão”.
Ministro diz que ‘já há consenso’ para menos voos no Santos Dumont
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Na terça-feira (25), o ministro Márcio França afirmou que “já há consenso” para fazer “algumas reduções” no número de voos do Aeroporto Santos Dumont. O assunto está em estudo pelo governo federal.
França se reuniu com o governador do Rio, Claudio Castro, e o prefeito Eduardo Paes, em Brasília. Haverá uma nova reunião para tratar do tema em 15 dias.
“Já há consenso que nós vamos ter que fazer algumas reduções no Santos Dumont. Já há consenso que nós vamos ter fazer um slot variável, que permite que a empresa possa ocupar o slot dela em outros momentos”, afirmou o ministro.
“Nós estamos com a prefeitura e com o estado combinando que nós vamos apresentar daqui a 15 dias as propostas da União em relação a essas alterações que vão ser necessárias”, acrescentou.
Castro e Paes apresentaram ao governo proposta para que o Santos Dumont fique limitado a fazer a ponte aérea com Congonhas (SP) e com Brasília (DF). Os demais voos seriam feitos pelo Galeão.
“O que defendemos é que, com mais voos domésticos no Galeão, se tenha mais voos internacionais no Galeão”, afirmou Paes.
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Desequilíbrio
O desequilíbrio entre os dois maiores aeroportos do Rio vem trazendo prejuízo. Enquanto o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, vem perdendo um número grande de passageiros a cada ano, o Aeroporto Santos Dumont, no Centro, está operando no limite de sua capacidade e provocando atrasos e filas enormes.
Com objetivo de combater o esvaziamento do Galeão, o ministro Márcio França determinou no início do mês que a operação do Santos Dumont não ultrapasse os 10 milhões de passageiros nesse ano de 2023.
Os governos federal e estadual também montaram um grupo de trabalho para pensar numa solução conjunta para a concessão do Galeão e para a licitação do Santos Dumont à iniciativa privada.
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Atual concessionária
França informou ainda que o governo federal encontrou uma solução jurídica para que a atual concessionária do Galeão continue com a concessão, caso queira. Segundo o ministro, o assunto será debatido em reunião do governo federal com a Changi nesta quarta (25).
A concessão vai até 2039, mas a Changi, empresa de Singapura que administra o aeroporto, protocolou um pedido para devolver o terminal, devido à queda no número de passageiros e à falta de viabilidade econômica.
A concessionária sinalizou ao governo Lula interesse de desistir da desistência e continuar com a concessão.
Castro e Paes disseram ser indiferente para o estado fluminense quem vai continuar com a concessão.
Caso a Changi devolva realmente a concessão do Galeão, França defende que a Infraero assuma provisoriamente até ser feita uma nova licitação, em conjunto com o Santos Dumont.
O Santos Dumont é o único grande aeroporto administrado pela estatal Infraero, já que ficou fora da 7º rodada de licitações.
A 7ª rodada foi a última grande licitação de aeroportos. Inicialmente, contaria com o Santos Dumont, mas o governo Bolsonaro desistiu diante da pressão do governo fluminense para licitar o Santos Dumont junto com o Galeão.
O Galeão foi licitado em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), mas com a recessão econômica de 2014 e depois a pandemia, perdeu muitos voos, e a Changi manifestou interesse em devolver a concessão.

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