Quem morre assiste ao próprio velório? ‘Energia densa e sensibilidade’

Será que a pessoa que morre assiste ao próprio velório? Essa é uma pergunta que intriga muitas pessoas, mas será que isso é possível? O que o espiritismo diz sobre isso?

De acordo com o professor Luiz Fernando Amaral, que estuda o mundo espírita, esse fenômeno pode ocorrer, mas não é uma regra geral.

Segundo o espiritismo, sim, o espírito pode participar de seu próprio velório, mas isso depende de vários fatores.

Espíritos que ainda não se desligaram completamente do corpo físico, especialmente os mais materialistas, podem permanecer próximos de seus restos mortais por algum tempo.

“Esses espíritos podem acompanhar o funeral, mas muitas vezes estão confusos, atordoados ou até inconscientes do que está acontecendo”, explica.

Espíritos mais evoluídos ou aqueles que tiveram uma vida espiritual equilibrada podem até mesmo participar de seu velório de forma consciente, emanando boas energias para os familiares e amigos presentes.

Por que isso acontece?

O espírito pode permanecer ligado ao plano terreno por uma série de razões. Aqueles que viveram uma vida muito voltada para o materialismo, ou seja, que deram mais valor aos bens físicos do que ao crescimento espiritual, têm maior tendência a ficar presos ao corpo em decomposição.

Esse apego à matéria dificulta o processo de desencarnação, e o espírito pode acabar vagando entre o cemitério e outros locais que frequentava em vida, muitas vezes sem saber que morreu.

Por outro lado, uma morte súbita ou violenta pode causar um desligamento abrupto do corpo físico, deixando o espírito desorientado. Em alguns casos, ele não percebe imediatamente que desencarnou e pode continuar tentando interagir com seus entes queridos, o que só aumenta sua confusão.

Contaminação energética em velório

Uma importante consideração trazida pelo Professor Luiz é a questão da contaminação energética em velórios.

Esse ambiente é carregado de sentimentos densos como tristeza, dor e até revolta, o que pode tornar o local energeticamente pesado. Pessoas mais sensíveis a essas energias podem sentir-se mal durante o velório.

Por isso, é recomendado que aqueles que entendem mais sobre espiritualidade adotem certos comportamentos para evitar influências negativas.

Manter uma postura vigilante e evitar pensamentos tristes ou lembranças infelizes são formas de contribuir para a harmonização energética do ambiente.

Como se comportar em velórios?

O espiritismo ensina que devemos agir com respeito e serenidade em velórios, especialmente em relação ao desencarnado e seus familiares. Algumas recomendações são:

Permanecer no velório enquanto for possível manter uma postura de vigilância espiritual
Orar sinceramente pelo desencarnado e seus entes queridos
Evitar discussões sobre questões filosófico-religiosas no local, respeitando as diferentes crenças presentes
Contribuir para um ambiente de paz e solidariedade, mesmo que em silêncio
Refletir sobre a impermanência da vida material e a importância de cultivar o amor e o serviço enquanto estamos encarnados.

O espiritismo e o consolo da morte

Para o espiritismo, a morte não é o fim, mas uma transição para o plano espiritual. A doutrina espírita, baseada nos ensinamentos de Jesus e Kardec, traz uma mensagem de consolo e esperança, reforçando a imortalidade da alma e a importância da prece.

Em momentos dolorosos como a morte, o espiritismo nos lembra que essa passagem deve ser encarada com serenidade e otimismo, pois o espírito continua sua jornada de evolução.

Saber que um espírito pode, em certas circunstâncias, assistir ao próprio velório nos convida a refletir sobre nossa postura diante da vida e da morte.

O espiritismo nos oferece uma visão de que a preparação espiritual durante a encarnação é essencial para um desligamento mais tranquilo e menos sofrido.

Além disso, a forma como nos comportamos em velórios pode influenciar não apenas nosso estado emocional, mas também o processo de desencarnação do espírito.