Conselho da Polícia Civil decide demitir delegado condenado por matar esposa e enteada em Curitiba


Decisão será encaminhada ao governador, que poderá efetivar demissão. Defesa diz que vai tomar medidas adequadas para reestabelecer cargo de Erik Busetti. Crime, registrado por câmeras, foi em 2020. Delegado Erik Busetti (em imagem de arquivo da RPC) é suspeito de matar a esposa e a enteada a tiros, em Curitiba
Arquivo/RPC
O Conselho Superior da Polícia Civil decidiu, nesta segunda-feira (7), pela demissão do delegado Erik Busetti, condenado a 38 anos de prisão por matar a esposa e a enteada em Curitiba.
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O crime foi em março de 2020. Na ocasião, a esposa do delegado, Maritza Guimarães de Souza, e a enteada dele, Ana Carolina de Souza, foram mortas a tiros dentro da casa onde a família morava. Relembre a seguir.
Os sete conselheiros acataram, por unanimidade, os argumentos do relator do caso, que recomentou a demissão do delegado “pelo bem do serviço público”. Agora a decisão será encaminhada ao governador Ratinho Junior (PSD), que poderá efetivar a demissão.
Por meio de nota, a defesa do delegado afirmou que vai analisar, na íntegra, o teor da decisão do conselho da Polícia Civil e tomar as medidas legais adequadas para reestabelecer o cargo do cliente.
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Relembre o crime
Vídeo mostra agressão antes de delegado assassinar enteada e esposa a tiros em Curitiba
Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil. A filha dela tinha 16 e era estudante. Elas foram mortas em 2020 na própria casa.
Câmeras instaladas para a segurança da família registraram o crime. No dia, Erik e Maritza, que estavam em processo de separação, discutiram por cerca de três horas. Pouco depois da meia noite, a mulher pega a bolsa e sai de casa.
Erik vai até o quarto da enteada, a agride e a arrasta para fora do cômodo. Maritza retorna e intervém nas agressões. Erik dispara contra as duas, que caem abraçadas no chão. Assista ao vídeo acima.
Por serem imagens fortes, o g1 optou por congelá-las.
Segundo a polícia, a filha de 9 anos do casal estava dormindo no quarto no momento do crime e ouviu os disparos.
Em 2024, após quatro dias de julgamento, Erick Busetti foi condenado a 38 anos de prisão por duplo homicídio.
Na condenação os jurados consideraram três qualificadoras: feminicídio, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Cronologia do crime
Ana Carolina Souza, de 16 anos, era filha de Maritza e enteada de Busetti
Arquivo pessoal
20h12 – Maritza chega em casa e estaciona o carro na garagem da família.
21h00 – Maritza está sentada na mesa de jantar com a filha mais nova. A filha mais velha está ao lado, na cozinha. As três conversam e interagem.
21h07 – Erik chega com sacolas de supermercado, as deixa em cima da mesa e vai para outro cômodo.
21h12 – Erik retorna e começa tirar as compras das sacolas. Ele e Maritza iniciam uma discussão verbal.
21h16 – Erik senta-se à mesa com Maritza e a discussão continua.
21h47 – Erik se levanta e anda de um lado para o outro enquanto ainda discutem.
22h01 – Erik se senta ao lado de Maritza.
22h13 – Erik sobe as escadas.
22h15 – Erik volta com um papel na mão e o entrega a Maritza, que o lê.
22h22 – Maritza larga o papel em cima da mesa. Erik o recolhe e sobe as escadas.
22h25 – Erik caminha de um lado para o outro no segundo andar.
22h33 – Erik entra em um cômodo da casa.
22h35 – Maritza sobe com a filha do casal. As duas arrumam o sofá. Enquanto a menina senta e come pipoca, Maritza vai a um lugar onde não é registrado pelas câmeras.
22h45 – Erik transita pelo cômodo e desce as escadas.
23h – Erik se senta na mesa e janta sozinho.
23h13 – Erik sobe ao terceiro andar da casa.
23h30 – Maritza se movimenta entre o quarto dela e o closet.
23h51 – Maritza senta-se no sofá enquanto segura alguns papeis. Ela mexe no celular enquanto olha para os papeis.
23h55 – Erik vai até o cômodo onde Maritza está e os dois começam a discutir novamente.
00h – Erik sobe ao terceiro andar e entra no quarto que tem no ático. Enquanto isso, Maritza fica no sofá mexendo no celular. Ana Carolina de Souza entra no quarto, e não sai de lá até o momento do crime.
00h08 – Maritza sobe as escadas ao terceiro andar e para na ponta da escada.
00h11 – Erik abre a porta do quarto, ele e Maritza discutem. Ele está com o celular na orelha.
00h12 – Os dois descem para o segundo andar, ainda discutindo.
00h13 – Os dois transitam pelo segundo andar da casa. Erik está falando ao telefone. Os dois continuam discutindo.
00h16 – Maritza pega a bolsa no quarto, desce as escadas e vai para a saída da casa.
00h16 – Erik bate na porta do quarto da enteada, que levanta da cama e abre a porta. Ele a agride com chutes e tapas. Maritza volta para tentar defender a filha. Segundos depois, Erik dispara contra as duas, que caem abraçadas no chão.
00h17 – Erik anda, com a camiseta rasgada, de um lado para o outro enquanto as vítimas estão no chão. Em seguida, ele desce as escadas.
00h18 – Na garagem, ele sai com a arma na mão direita. Com a mão esquerda, ele faz um sinal em direção a rua. Depois, retorna para dentro da casa.
00h19 – Erik sobe as escadas e transita entre um cômodo e outro do segundo andar. Ele pega o celular e faz uma ligação, enquanto observa as duas vítimas. Falando no telefone, o delegado gesticula e chega a colocar a mão na cabeça.
00h22 – Erik desce para o primeiro andar, deixa a arma em cima da mesa e remove as munições. Ele sai na garagem e deixa a arma no chão. Em seguida, volta para dentro da casa e sobe as escadas.
00h24 – Erik pega no colo a filha, que estava no quarto ao lado de onde ocorreu o crime, e desce com ela para o primeiro andar. Na garagem é possível observar que a menina está acordada. Ele a leva até a casa de um vizinho.
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