Eleição mostra força da máquina pública e tendência à continuidade, sem reflexo da polarização de 2022

O primeiro turno das eleições municipais de 2024 mostrou duas características marcantes: a força da máquina pública a serviço da continuidade na política e o descolamento da polarização que marcou o pleito de 2022.
Prefeitos bem avaliados, que possuem apoio da máquina pública, já garantiram suas vitórias no primeiro turno, enquanto aqueles com aprovação mediana estão avançando para o segundo turno. Há poucas exceções, como no caso de Goiânia, onde o prefeito mal avaliado não conseguiu sequer chegar ao segundo turno.
A força das máquinas municipais, aliada à aprovação popular, tem se mostrado decisiva.
Já a quebra com a polarização política vista em 2022 fica evidente no fato de que partidos como o PSD, MDB, União Brasil e PP, classificados como centro ou centro-direita, estão dominando o cenário municipal.
O PSD se destacou como o partido com o maior número de prefeitos eleitos e votos conquistados.
Um exemplo claro desses dois fenômenos desta eleição é o caso de São Paulo, onde o prefeito Ricardo Nunes (MDB) avançou para o segundo turno, muito graças ao apoio da máquina municipal e ao seu padrinho político, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Tarcísio foi um cabo eleitoral importante, conduzindo Nunes. O governador fez uma campanha moderada, distanciando-se da polarização que marcou a eleição presidencial de 2022, o que pode ser um indicativo de um novo discurso político para 2026.
Centrão fortalecido e emendas parlamentares
Outro ponto importante nesta eleição é a influência do Centrão, composto por partidos como PSD, MDB, PP e União Brasil, que reforçam sua base nas prefeituras e devem influenciar diretamente a composição da Câmara dos Deputados.
A estrutura municipal desses partidos, junto com o poder das emendas parlamentares impositivas e critérios ainda obscuros para pagamentos delas, fortalece o ciclo político entre eleições municipais e federais. Esse ciclo permite que prefeitos e vereadores eleitos agora deem suporte aos deputados que buscarão a reeleição em 2026, criando uma prévia do que será o próximo Congresso Nacional.

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