Dono de garimpo ilegal na Amazônia é pego pelo ICMBio e tem maquinário queimado: ‘Cerco vai fechando’

Extração estava sendo feita dentro de área de proteção ambiental do Tapajós; agente do ICMBio diz: ‘Se não houver nenhuma intervenção humana, de tampar os buracos para que o lençol freático não aflore, se não fizer um replantio, isso aqui, da forma que está, nunca mais recupera’. Dono de garimpo ilegal na Amazônia é pego pelo ICMBio e tem maquinário queimado
O garimpo ilegal em áreas de proteção ambiental está na mira das autoridades e o Profissão Repórter acompanhou o ICMBio em ações de fiscalização na Amazônia e registrou alguns flagrantes.
Em um deles, na APA do Tapajós, no Pará, os agentes conseguiram, não apenas destruir equipamentos e apreender máquinas e veículos, mas também evitaram a fuga de três homens; um deles, o dono do garimpo clandestino.
“Atualmente eu que estou comandando aqui. (…) Qualquer hora a gente podia ser surpreendido. O cerco vai fechando, a gente tem consciência, tá entendendo? Das coisas que estão certas e das que estão erradas. É meu ganha-pão, minha atividade é essa. Se eu disser que não é, estou mentindo. Agora eu vou ter que recomeçar”, afirmou Elmary Lima, que usa uma prótese e contou como perdeu a perna: “Tem 12 anos que eu sofri um acidente. Eu caí em 2012, rompi uma artéria interna e infecionou, atacou gangrena. Estava trabalhando no garimpo, não tinha recursos na época e, infelizmente, perdi a perna”.
Após ser ouvido, Elmary foi convocado a ir ao escritório do ICMBio para a lavratura do auto de infração, os termos de apreensão e dos demais documentos, e foi informado que seu maquinário – entre ele, uma pá carregadeira avaliada em R$ 1 milhão – seria destruído e duas caminhonetes seriam apreendidas.
“A destruição desse maquinário e a inutilização desses equipamentos serve tanto para descapitalizar o infrator quanto para a gente frear o processo de avanço do garimpo”, explicou um agente.
Diante da destruição do local, outro agente alertou:
“Se não houver nenhuma intervenção humana, de tampar os buracos para que o lençol freático não aflore, se não fizer um replantio, não recupera. Isso aqui, da forma que está, nunca mais recupera”.
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