FOTOS: famílias de crianças com deficiência ganham ensaios gratuitos no DF


Tayane Campos, fotógrafa e criadora do ‘Projeto Atípico’, conta que ação nasceu a partir da vivência com filho, que tem mielomeningocele. Para ela, fotografias podem despertar autoconfiança e melhora da autoestima de crianças com deficiência. A fotógrafa Tayane Campos (à esquerda), com o marido (à direita), e o filho Oliver (centro), que tem mielomeningocele
Divulgação/Larissa Oak
“Ter fotos suas afeta muito a autoestima. Você vê o quanto é amado e o quanto é importante para as pessoas da sua família. […] Você se vê de uma forma carinhosa, amorosa.”
O relato é da fotógrafa brasiliense Tayane Campos. Ela é mãe do pequeno Oliver, que tem mielomeningocele, uma má-formação na coluna que deixa a medula exposta e compromete os movimentos de braços e pernas do bebê.
Pensando na autoconfiança do filho, ela decidiu registrar, por meio das lentes, todos os passos do menino de 2 anos, para que ele possa ver sua trajetória e o quanto é amado, à medida em que crescer.
A fotógrafa Tayane Campos, seu marido, e o filho Oliver, de 2 anos de idade
Layanne Lemes
Do amor pelo filho e pela fotografia, surgiu outra ideia: criar um projeto para que outras famílias também pudessem eternizar, em fotos, o afeto e a alegria de viver com quem mais se ama. Assim nasceu o “Projeto Atípico”, que presenteia famílias de crianças com deficiência com ensaios fotográficos sem custo.
“Às vezes, por conta da rotina exaustiva de médicos e terapias, as famílias acabam deixando esses registros para outro momento, que nunca chega. Ou até nem pensam na possibilidade por receio de olhares que a gente acaba recebendo por conta da deficiência dos nossos filhos”, conta Tayane.
Maria Fernanda, de 5 anos, com sua mãe e seu pai, no parque de Águas Claras, no DF — Foto: Divulgação/Projeto Atípico
Divulgação/Projeto Atípico
Ela convidou duas famílias para iniciar o projeto: a família da Elisa, de 6 anos, e da Maria Fernanda, de 5, as duas com mielomeningocele, mesma má-formação que tem Oliver. A fotógrafa explica que, nos ensaios, as famílias se divertem e compartilham muito afeto.
O resultado são fotos espontâneas, que representam bem os laços das pessoas que as compõem. “Eu queria que todas as famílias tivessem esse registro, para poder mostrar que as crianças com deficiência são crianças, são alegres, são felizes e se divertem”, diz a fotógrafa.
“Há um estudo sobre o impacto que as fotografias têm na vida das crianças e a relação com a autoestima e a confiança. Pensei em como isso é importante principalmente para uma criança com deficiência”, explica Tayane.
Maria Fernanda, de 5 anos, com sua mãe e seu pai, no parque de Águas Claras, no DF
Divulgação/Projeto Atípico
Ela conta que seu filho, por usar sonda nasogástrica, acaba chamando atenção por onde passa, sobretudo de outras crianças. “Crianças com deficiências estão sempre no foco, querendo ou não. Por isso ter uma autoconfiança bacana e uma autoestima elevada é mais importante ainda”, pontua.
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Como participar?
Qualquer família que tenha uma criança com deficiência e que ainda não tenha participado do projeto pode participar. Os interessados devem entrar em contato com a fotógrafa por meio de seu perfil oficial no Instagram: @taycamposfotografia.
Elisa (ao centro), de 6 anos, com sua família no parque de Águas Claras, no DF
Divulgação/Projeto Atípico
Mais informações sobre o projeto:
Cada família terá direito a um ensaio gratuito de 20 fotos;
Os ensaios ocorrerão uma vez ao mês em data a ser definida o ensaio será realizado no Parque de Águas Claras (podendo haver mudança do local dependendo da data);
As fotos serão entregues via e-mail em alta resolução e com edição de luz e cor.
A fotógrafa Tayane Campos com seu filho Oliver, mostrando a cicatriz da Mielomelingocele
Alê Nardes
Elisa, de 6 anos, em ensaio feito pelo Projeto Atípico
Tayane Campos
Maria Fernanda, de 5 anos, em ensaio feito pelo Projeto Atípico
Tayane Campos
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