Sobreviventes contam como saíram de prédio que desabou em Olinda


Metade dos 16 apartamentos desabou na noite da quinta (27). Morador da parte que não desmoronou disse que saiu com a esposa e a filha de 5 anos pelo buraco do ar-condicionado. Morador conta como saiu de prédio que desabou em Olinda
Quase dois dias após o desabamento de parte do Edifício Leme, em Olinda, os sobreviventes da tragédia acompanham os trabalhos dos bombeiros e dos agentes da Defesa Civil, que isolaram a área neste sábado (29). Em entrevista à TV Globo, eles contaram como conseguiram sair do prédio no meio dos escombros e do fogo que tomou conta do local após o desabamento.
O prestador de serviços Marcelo Augusto disse que saiu de casa, com a esposa e a filha de 5 anos, pelo buraco do ar-condicionado.
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“Não tinha como tirar as grades das janelas e da sala. A minha esposa ainda conseguiu tirar a grade do ar-condicionado, passei uma toalha molhada na cabeça delas e disse para a gente esperar os bombeiros. Voltei para o interior da casa, desliguei o botijão de gás, a geladeira, o freezer e a televisão”, lembrou.
Em seguida, ele contou que foi ao banheiro para pegar “três ou quatro baldes de água”.
“Era muita fumaça entrando. No final, ela [a esposa] gritou dizendo que conseguiu abrir a caixa do ar-condicionado, e por ali a gente saiu”, afirmou.
Além de uma vistoria técnica, os bombeiros fizeram na manhã de sábado (28) o resgate de um cachorro e um passarinho (vídeo abaixo), que ficaram na parte da estrutura que não desmoronou. Ainda estão presos no terceiro andar do prédio um gato e um cachorro.
Metade dos 16 apartamentos do edifício desabou na noite da quinta (27). Segundo informações de moradores, 14 imóveis do residencial estavam ocupados.
Cachorro é resgatado de área onde prédio desabou em Olinda
‘Perdi meus amigos’
A comerciante Monique Lima disse que tinha acabado de descer pelas grades do prédio quando houve a explosão e a edificação começou a pegar fogo. A cadela da moradora ficou no imóvel.
Ela afirmou que ainda não sabe se vai poder retirar os pertences do apartamento.
“Estou em estado de nervos. Perdi meus amigos que moravam aí junto comigo há muito tempo. Minha cachorra está presa lá cima, porque não consegui soltá-la na hora. Enfim, uma tragédia”, falou, emocionada.
Na manhã seguinte à tragédia, a vendedora de cachorro-quente Camila Jerônimo contou que perdeu a carroça que usava para trabalhar.
“Perdi tudo, minha carrocinha, meus negócios, minhas coisas”, afirmou.
Emocionada, Camila disse que se mudou para o Edifício Leme depois que a antiga casa onde morava, no bairro de Campo Grande, no Recife, foi atingida por um alagamento em 2022.
Camila morava no Edifício Leme com o marido e a filha, que também conseguiram escapar do desabamento do prédio.
Bombeiros não sabem se animais poderão ser resgatados
Cachorro Marley, com Marcelo Augusto, após ser resgatado de área onde prédio desabou em Olinda
Everaldo Silva/TV Globo
Na fuga com a família, Marcelo Augusto não conseguiu levar o cachorro Marley e o passarinho que viviam com a família no apartamento 102. Os animais foram resgatados na manhã deste sábado (29), quase dois dias após o desabamento.
Ainda ficaram no prédio dois animais: um gato chamado Menininho e uma cadela, de nome Bela.
De acordo com o Coronel Valdy Oliveira, chefe da Defesa Civil de Olinda, a equipe está avaliando se é possível resgatar os bichos.
“Estamos com a nossa equipe técnica para fazer uma nova avaliação da estrutura, que está com grau elevado de risco de desabamento e ver se a gente tem condições de entrar, com o apoio do Corpo de Bombeiros, para fazer esse resgate dos animais”, afirmou.
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Área do prédio foi isolada
Após a conclusão do trabalho de buscas das vítimas atingidas pelo desabamento do Edifício Leme, a prefeitura de Olinda, no Grande Recife, isolou a área com tapumes, neste sábado (29).
O prédio fica na Rua Acapulco, em Jardim Atlântico. Segundo a gestão municipal, a Defesa Civil vai fazer uma vistoria técnica complementar no local.
As buscas foram concluídas na madrugada deste sábado, quando os bombeiros encontraram o corpo da última pessoa que estava desaparecida. A vítima, identificada como Maria do Socorro Oliveira da Silva, de 60 anos, foi retirada dos escombros à 1h19, segundo o Corpo de Bombeiros.
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