Alice Wegmann vive vítima de abuso pelo tio em “Justiça 2”

 A autora Manuela Dias volta ao conceito que norteou
a série “Justiça”, vista em 2016, pela Globo, agora com novos
personagens e dois fortes elos de conexão entre a primeira e a nova temporada:
a canção “Hallelujah”, cover de Rufus Wainwright para a música de
Leonarod Cohen, e a personagem Kellen, vivida por Leandra Leal, que volta à
trama novamente como administradora de um prostíbulo.
Kellen ressurge com novo marido, Darlan, vivido por
Fábio Lago, que tem como fiel companheira a cachorrinha influencer Bete.
A proposta da série segue apresentando uma visão
muito própria de justiça por cada personagem, sem disposição para aguardar pela
justiça das leis.
“‘Justiça’ não é uma minissérie sobre leis,
mas sobre a possibilidade de que exista justiça”, define Manuela. “A
própria ideia de justiça é uma ferramenta civilizatória que viabiliza a vida em
sociedade. Somos treinados para acreditar que seremos premiados se fizermos o
certo e punidos quando agimos de forma errada, mas a vida mostra que isso é
apenas um condicionamento teórico.”
“Dentro desse contexto”, continua a
autora, “as tramas da série são uma investigação do que sobra na vida de
uma pessoa depois que a Justiça morde seu quinhão.”
O formato promove o cruzamento entre os
personagens, dando a cada núcleo uma história própria e o seu dia de
protagonismo na semana. Quem se destaca no episódio de segunda-feira pode fazer
mera figuração no capítulo de terça, por exemplo, mostrando que todo mundo é
protagonista de sua vida e coadjuvante de tantas outras.
O elenco de grifes se completa com Paolla Oliveira,
Nanda Costa, Marco Ricca, Marcello Novaes e Juan Paiva, que dividem a tela com
nomes em status de lançamento na TV e no streaming, a saber: Luciano Malmann,
Belize Pombal, Jéssica Marques e Gi Fernandes, em papéis igualmente relevantes
para a trama.
Gustavo Fernandez assume a direção artística da
série, que na primeira temporada foi de José Luiz Villamarim, hoje diretor do
núcleo de dramaturgia da Globo.
“Mesmo os atores mais conhecidos vão estar em
registros diferentes do que o público está acostumado a ver”, promete o
diretor. “E a gente fica animado de dirigir atores talentosos, mas de
certa forma ‘novos’, que têm um frescor que é muito interessante para a
interpretação”, conclui.
Nos novos enredos, a sequência na busca pela
justiça também se repete: quatro personagens acabam presos e, sete anos mais
tarde, saem da cadeia e precisam retomar suas vidas, em busca da justiça que
ultrapassa as celas e vai além da lógica dos processos judiciários.
FORA DO COMUM
Como pano de fundo das tramas que surgem dessa
premissa, estão cenários de Brasília e de Ceilândia, cidade-satélite pouco
mostrada na TV.
“Quando falamos no Distrito Federal, já vem
uma imagem formada, do projeto do Niemeyer, da Explanada dos Ministérios, do
Congresso Nacional, mas eu queria usar a riqueza da região em termos de
cenários, o que é pouco retratado”, afirma Gustavo Fernandez.
“Brasília”, continua o diretor, “é
uma cidade visualmente muito interessante, com todo o seu planejamento. Mesmo
as cidades-satélites, elas também são planejadas. É uma particularidade que só
tem aqui. Isso é muito dramático e se encaixa muito nas nossas histórias.”
Para Fernandez, que vem gravando no local desde o
início de Março, a escolha cenográfica em questão “visualmente dá uma
diferença e isso acaba levando para uma outra condução estética”.
“Estamos falando de uma cidade de linhas retas, que tem um rigor visual.
Essa particularidade vai diferenciar um pouco da primeira temporada, sem fugir
ao tom da série -esse permanece o mesmo.”
“Justiça 2” é uma série original
Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Manuela
Dias, com colaboração de Walter Daguerre e João Ademir. A série tem direção artística
de Gustavo Fernandez, direção de Pedro Peregrino, Ricardo França e Mariana
Betti, produção executiva de Luciana Monteiro e direção de gênero de José Luiz
Villamarim.
LONGA ESPERA
Desde o fim da primeira temporada, aplaudida pela
crítica e prestigiada pela audiência, a expectativa por novas histórias naquele
formato é latente. Mas a autora tinha então uma novela a fazer para a faixa
nobre, sua estreia no horário das 21h, “Amor de Mãe”, que teve seu
desfecho atrasado em um ano por causa da pandemia.
Tudo isso só prorrogou o prazo de criação desta
nova safra de “Justiça”. Pois que ela tarde, mas não falhe: a estreia
é esperada para breve, ainda sem data anunciada, para assinantes do GloboPlay.
A exibição na TV aberta deve ainda aguardar o calendário de 2024.
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