Entregadores protestam em frente a prédio de clientes após caso de agressão e suspeita de ofensas racistas em BH; VÍDEOS

Polícia Militar atuou em princípio de tumulto no fim da manifestação; ‘buzinaço’ se estendeu pelas ruas do bairro Gutierrez, em BH. Entregadores fazem “buzinaço” em frente a prédio no Gutierrez | Imagem: Viviane Possato/TV Globo
Entregadores de aplicativo fizeram um protesto no bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte, na noite desta quinta-feira (27). A manifestação ocorreu em frente a um prédio onde os moradores são suspeitos de agredir um entregador e proferir ofensas racistas.
Imagens compartilhadas por meio das redes sociais mostram o momento em que os entregadores promovem uma motociata, com “buzinaço” contra a postura dos clientes. Em seguida, eles seguiram pelas ruas do bairro, ainda sob protesto.
Manifestação se estendeu pelas ruas do bairro, na Região Oeste de BH | Imagem: Leandro Fiusa
Uma confusão envolvendo parte dos entregadores mobilizou a ação da Polícia Militar. De acordo com os policiais, um pequeno grupo direcionou rojões para o interior do prédio onde os clientes moram.
Os militares dispersaram a ação dos entregadores com o uso de bombas de efeito moral. Não há informações sobre feridos. Também não foi divulgado se a atitude desse grupo provocou danos ao prédio.
O g1 procurou o iFood, mas, até a última atualização da reportagem, não obteve retorno da empresa sobre o protesto e sobre as supostas agressões sofridas pelo entregador, que estava a serviço da empresa.
Entenda
Vídeo mostra briga entre entregador e clientes em Belo Horizonte
Nesta quinta (27), o g1 teve acesso às imagens da briga, supostamente iniciada por uma discordância sobre a entrega do código do pedido.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), o entregador alegou ter sofrido agressões verbais racistas.
“Eu fui entregar no prédio deles, estávamos eu e minha esposa trabalhando. Ela bateu a campainha, e o cara já tratou ela muito mal no interfone. Ela disse que precisava do código e ele disse que ia descer. Quando desceu, ele tomou o lanche da mão dela e disse que nao daria o código de jeito nenhum, que a gente atrasou o lanche dele. Começou a xingar, e o pai dele desceu também”, afirmou José Antônio Monteiro.
O entregador, de 46 anos, disse aos policiais que pai e filho teriam simulado estarem armados e partido para a agressão ao casal.
“O pai me agrediu também, foi o que mais veio para cima. Eu entrei em luta corporal contra eles para me defender porque eram dois contra mim. Eles me agrediram e quebraram a minha moto. Chamaram minha esposa de macaca, de ‘passa fome'”, disse.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, pai e filho, de 61 e 24 anos, disseram que as ofensas partiram do entregador, que os teria chamado de ladrões, embora o produto já estivesse pago. A reportagem tentou contato com os dois, mas não obteve retorno.
Ambas as partes dispensaram atendimento médico e foram liberadas do local pela polícia. No BO, a ocorrência foi registrada como agressão.
Questionada se os envolvidos foram ouvidos e se a possibilidade de injúria racial será considerada nas investigações, a Polícia Civil disse que a ocorrência de vias de fato/agressão foi registrada pela Polícia Militar e que não houve conduzidos à delegacia de plantão para as medidas legais cabíveis.
Disse ainda que, como se trata de crime que depende de representação criminal, para que seja instaurado inquérito os envolvidos precisam propor a representação.
O entregador disse que vai procurar a Polícia Civil nesta sexta-feira (27).
Os vídeos mais vistos do g1 Minas:

Adicionar aos favoritos o Link permanente.