Entregador de aplicativo acusa clientes de racismo em BH; vídeo mostra briga com socos e chutes

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Entregador e dois clientes discordaram sobre código de entrega e entraram em luta corporal. Consumidores alegaram que foram chamados de ladrões pelo motociclista. Vídeo mostra briga entre entregador e clientes em Belo Horizonte
Uma discussão entre dois moradores da Rua Benjamin Jacob, no bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte, e um entregador de aplicativo terminou em agressões e ofensas na noite desta quarta-feira (26).
Nesta quinta (27), o g1 teve acesso às imagens da briga, supostamente iniciada por uma discordância sobre a entrega do código do pedido.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), o entregador alegou ter sofrido agressões verbais racistas.
“Eu fui entregar no prédio deles, estávamos eu e minha esposa trabalhando. Ela bateu a campainha, e o cara já tratou ela muito mal no interfone. Ela disse que precisava do código e ele disse que ia descer. Quando desceu, ele tomou o lanche da mão dela e disse que nao daria o código de jeito nenhum, que a gente atrasou o lanche dele. Começou a xingar, e o pai dele desceu também”, afirmou José Antônio Monteiro.
O entregador, de 46 anos, disse aos policiais que pai e filho teriam simulado estarem armados e partido para a agressão ao casal.
“O pai me agrediu também, foi o que mais veio para cima. Eu entrei em luta corporal contra eles para me defender porque eram dois contra mim. Eles me agrediram e quebraram a minha moto. Chamaram minha esposa de macaca, de ‘passa fome’”, disse.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, pai e filho, de 61 e 24 anos, disseram que as ofensas partiram do entregador, que os teria chamado de ladrões, embora o produto já estivesse pago. A reportagem tentou contato com os dois, mas não obteve retorno.
Ambas as partes dispensaram atendimento médico e foram liberadas do local pela polícia. No BO, a ocorrência foi registrada como agressão.
Questionada se os envolvidos foram ouvidos e se a possibilidade de injúria racial será considerada nas investigações, a Polícia Civil disse que a ocorrência de vias de fato/agressão foi registrada pela Polícia Militar e que não houve conduzidos à delegacia de plantão para as medidas legais cabíveis.
Disse ainda que, como se trata de crime que depende de representação criminal, para que seja instaurado inquérito os envolvidos precisam propor a representação.
O entregador disse que vai procurar a Polícia Civil nesta sexta-feira (27).
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