Espanha proíbe touradas com pessoas com nanismo


As apresentações com pessoas com nanismo já vinham perdendo popularidade na Espanha. Imagem publicada em redes sociais da equipe Diversiones en el Ruedo
Reprodução/@diversiones_en_el_ruedo/
O Parlamento da Espanha aprovou, nesta quinta-feira (27), uma lei que proíbe os espetáculos de “anões toureiros” e todos aqueles considerados degradantes para pessoas portadoras de deficiência. Profissionais do setor protestaram contra a medida.
A lei, aprovada com o apoio da esquerda e da direita, determina que “ficam proibidos os espetáculos ou atividades recreativas com o uso de pessoas portadoras de deficiência ou esta circunstância para provocar no público ridicularização, escárnio ou zombaria”.
Ou seja, os organizadores não podem empregar pessoas com nanismo para que elas sejam ridicularizadas, mas deixa a possibilidade para que elas participem dos espetáculos. O texto também prevê que “as pessoas portadoras de deficiência participarão dos espetáculos públicos e atividades recreativas, englobando as touradas, sem discriminações nem exclusões”.
Embora a medida tenha um caráter geral, afeta em particular os espetáculos cômicos de touradas com pessoas com nanismo, que, ainda que tenham perdido popularidade, persistem, em especial durante as festas de padroeiros.
Tourada em Sevilha, na Espanha, em abril de 2023
Cristina Quicler/AFP
Grupos como o Diversões na Arena e seus Anões Toureiros” consideram que a lei os priva de um meio de subsistência e defendem que sua atividade é como qualquer outra de tauromaquia.
“Somos toureiros, somos artistas, chega de proibições”, publicou esta semana o grupo no Facebook, convocando protestos contra a lei.
Manifestações a favor da lei
Há também grupos favoráveis à lei. O Comitê Espanhol de Representantes de Pessoas com Deficiência (Cermi), um dos promotores da proibição, já havia conseguido nos últimos meses o cancelamento de algumas festividades.
Quando uma delas foi suspensa, em janeiro, a Associação de Displasias Ósseas com Nanismo da Espanha (ADEE) descreveu essas apresentações, em um comunicado, como “vexatórias e decadentes, voltadas ao escárnio e zombaria”.
“Este espetáculo cômico não é inócuo. Perpetua a imagem das pessoas com acondroplasia como seres jocosos e risíveis que só servem para isso”, afirmou.

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