Base do governo cogita ir à Justiça para tirar André Fernandes da CPI dos atos golpistas


Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso, disse que grupo se prepara para judicializar nomeação do deputado, investigado por envolvimento nos acontecimentos de 8 de janeiro. Deputado André Fernandes (PL-CE)
Reprodução
A base do governo cogita ir à Justiça para tirar André Fernandes (PL-CE) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas. Como o blog já publicou, ele é um dos nomes cotados – ao lado de Alexandre Ramagem (PL-RJ, ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – para ocupar a vaga do partido na Comissão.
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Em entrevista ao Estúdio i na quarta-feira (26), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso Federal, opinou que Fernandes – cotado para a presidência da comissão – deveria participar da CPMI como depoente, não como membro, e que base governista se prepara para acionar a Justiça e impedir que o deputado cearense integre a comissão.
Ao blog, o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, avaliou a judicialização da nomeação de Fernandes como “loucura”.
O imbróglio está relacionado ao fato de o deputado pelo Ceará ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento nos atos golpistas. Como membro da CPMI, diz Lindbergh, ele poderia ter acesso a documentos da investigação do STF sobre os atos, por exemplo, caso eles sejam compartilhados com a CPMI.
O pedido de investigação de Fernandes foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base em postagens feitas pelo parlamentar nas redes sociais. Em uma delas, publicada no dia 6 de janeiro, ele divulgou “ato contra governo Lula” na Praça dos Três Poderes, em Brasília, naquele fim de semana; em outra, depois que os atos haviam começado, Fernandes publicou imagem com porta de um armário com o nome do ministro Alexandre de Moraes.
Oposição mira G. Dias; governo foca em Bolsonaro
Ao Estúdio i, Altino Côrtes disse que, como líder do PL, deve orientar os deputados do partido a focar na responsabilização do governo Lula pelos atos de 8 de janeiro – em especial na figura de G. Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). “No dia 8, no dia da invasão, [a responsabilidade] foi do governo Lula e dos ministros que trabalhavam com o Lula”, afirmou.
Já Lindbergh disse acreditar que comissão trará o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “grande autor intelectual” dos atentados. O deputado afirmou que o governo ainda não definiu quem serão seus indicados, mas que serão figuras preparadas para a “disputa de narrativas” que deve ocorrer.
Fufuca desiste de ser o indicado
André Fufuca (PP-MA), então cotado para compor a CPI, informou ao blog que abriu mão da Comissão. Antes de desistir, ele havia dito que a CPMI seria isenta e imparcial, e que ele não sabia de “fatos concretos” que liguem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos acontecimentos de 8 de janeiro em Brasília.

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