Restaurante popular em Bonsucesso é invadido, tem ‘puxadinhos’ construídos e vira ‘boca de fumo’

Exclusivo. Edifício do Governo do Estado, usado pela Prefeitura do Rio, que fica nas proximidades da Passarela 9 da Avenida Brasil, tem até ferro-velho. A poucos metros dali, existe um ponto de venda de drogas na favela Nova Holanda. prédio do restaurante popular em Bonsucesso
Júnior Alves/TV Globo
O restaurante popular de Bonsucesso, um prédio do estado, que vem sendo usado pela Prefeitura do Rio, virou um endereço de irregularidades. O primeiro andar, onde funciona o restaurante, agora divide espaço com um ferro-velho. E nos andares acima do restaurante, que estavam vazios, estão sendo construídos puxadinhos.
Do lado de fora, uma fila de barracas. É como se fosse um acampamento permanente. Dezenas de pessoas em condições degradantes no entorno do restaurante.
Nos dois andares de cima, mais ocupações, com estrutura de alvenaria. São pequenos apartamentos, erguidos com tijolos, como se fosse um condomínio clandestino, no prédio público. Lá dentro, no térreo, as refeições são servidas normalmente. Tem café a partir das 8h da manhã e o almoço vai até as 15h.
Depois do expediente, os funcionários vão embora, mas a movimentação no condomínio improvisado continua. Saem alimentos, entram as drogas. O consumo é o dia todo. Principalmente de crack no copinho de plástico. Homens e mulheres, de todas as idades, se drogando a luz do dia.
Puxadinhos feitos no prédio do Governo do Estado
Júnior Alves/TV Globo
O restaurante fica às margens da passarela 9 da Avenida Brasil, a maior e mais movimentada via da cidade.
O prédio foi sendo ocupado sob vistas das autoridades, que também parecem não enxergar o consumo e venda de drogas.
Do outro lado do restaurante, a uma passarela de distância, existe um ponto de venda de drogas na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. Barrigadas protegem o movimento do tráfico. Os dependentes químicos vão até lá, compram e voltam para fumar.
Ferro-velho dentro do restaurante
Dentro do prédio do estado também tem um ferro-velho. Como não tem fiscalização, o responsável se sente a vontade para negociar os valores ali mesmo.
Enquanto nada é feito, o governo vai perdendo cada vez mais o controle do prédio.