CPI dos Atos Antidemocráticos: Exército desistiu 3 vezes de retirada de acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília, diz coronel da PM


Cíntia Queiroz de Castro é subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública. G1 tenta contato com Exército. Coronel Cíntia Queiroz de Castro, na CPI dos Atos Antidemocráticos
TV Câmara Distrital/Reprodução
A coronel da Polícia Militar Cíntia Queiroz de Castro afirmou, nesta quinta-feira (27), que o Comando Militar do Planalto solicitou a retirada do acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília , mas desistiu da operação em três ocasiões.
“Quando chegavam nas reuniões, para produzir protocolos, a gente era surpreendido, porque o Comando informava que era apenas retirar o comércio ambulante, mas não podia mexer na tenda religiosa, nas tendas dos manifestantes”, afirmou Castro.
A militar é subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Ela foi responsável por elaborar o Protocolo de Ações Integradas (PAI) n° 2/2023, documento com orientações da pasta às forças de segurança da capital federal para evitar os atos de vandalismo em manifestações bolsonaristas entre os dias 7 e 9 de janeiro.
O documento previa reforço do efetivo da Polícia Militar e orientava a corporação que evitasse danos ao patrimônio público. No entanto, as recomendações não foram seguidas, já que as sedes dos três poderes da República foram invadidas e depredadas no dia 8 de janeiro.
O g1 questionou o Exército sobre as declarações dadas pela coronel, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Reunião convocada
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Câmara dos Deputados não compareceram à reunião com órgãos federais, convocada pela PM após a chegada de ônibus com bolsonaristas vindos de diversas partes do país, também de acordo com a coronel.
“Na quinta-feira [5 de janeiro], a gente tomou conhecimento apenas de várias caravanas vindas de vários estados do Brasil para o DF. De imediato, fiz contato com o tenente-coronel Rosivan e pedi para ele, rapidamente, fazer contato com todos os pontos focais, chamando essa reunião”, afirmou.
O g1 entrou em contato com a Câmara dos Deputados e o GSI, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Convocações
Os distritais aprovaram, durante a sessão, a convocação dos ex-ministros-chefes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e Augusto Heleno, além do general Dutra, ex-comandante do Comando Militar do Planalto.
Gonçalves Dias era ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no dia 8 de janeiro, durante os ataques às sedes dos três poderes, em Brasília. Ele pediu demissão do cargo após a divulgação de vídeo em que aparece no Palácio do Planalto durante invasão.
Já o general Augusto Heleno atuava no cargo durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele foi reconvocado pelos distritais após desistir de comparecer à CPI.
Ao deputado Chico Vigilante, presidente da CPI, Heleno afirmou que foi aconselhado por amigos e advogados a não comparecer. Nas palavras do deputado, o general teria dito que era para “não botar mais gasolina”.
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