Justiça manda soltar esposa de Durval Barbosa, delator da Caixa de Pandora no DF, ré por tentativa de homicídio contra marido

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Fernanda Souza, de 26 anos, deverá cumprir medidas cautelares. Ela havia sido presa em de 19 de setembro, após esfaquear ex-delegado; g1 tenta contato com defesa da mulher. Delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, em imagem de 2016
TV Globo/Reprodução
A Justiça do Distrito Federal mandou soltar Fernanda Gabriela de Jesus Souza, de 26 anos, esposa do ex-delegado da Polícia Civil e delator da operação “Caixa de Pandora”, Durval Barbosa. Ela havia sido presa em 19 de setembro do ano passado, por tentativa de homicídio contra o marido.
O mandado de soltura foi expedido na terça-feira (25) e é assinado pela juíza Nayrene Souza Ribeiro da Costa. Na decisão, a magistrada considera que a acusada é de “baixa periculosidade haja visto quadro controlado com uso adequado de medicamentos”.
À época do crime, familiares de Fernanda informaram que ela estava em tratamento psiquiátrico. O g1 tenta contato com a defesa da mulher.
De acordo com o mandado de soltura, a mulher deverá cumprir algumas medidas cautelares:
Proibição de frequentar a residência de Durval e de manter contato com ele;
Informar à Justiça, a cada dois meses, as atividades, inclusive sobre os tratamentos ambulatoriais e médicos.
“Fica a ré advertida de que o descumprimento das obrigações impostas, poderá acarretar a decretação da sua prisão preventiva”, diz a decisão.
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Crime e prisão preventiva
Esposa de Durval Barbosa vai permanecer presa
A prisão preventiva – por tempo indeterminado – da esposa de Durval Barbosa foi decretada no dia seguinte ao crime. A investigação corre em sigilo, por envolver violência doméstica.
Em depoimento na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, Fernanda afirmou que ela e Durval brigaram e que esfaqueou o marido para se defender. A mulher disse ainda que tinha usado cocaína.
Durval foi levado para o Hospital de Base (IHBDF) pela equipe do Corpo de Bombeiros. Ele teve apenas um corte superficial no abdômen e recebeu alta no mesmo dia do ataque.
Tratamento psiquiátrico
Polícia Civil faz perícia no apartamento de Durval Barbosa, no DF, após ele ser esfaqueado pela esposa
TV Globo/Reprodução
À TV Globo, a mãe de Fernanda contou que a filha “não está bem” psicologicamente desde abril, e passa por tratamento psiquiátrico “há meses”. Rosa Cleonice de Jesus afirmou que a filha perdeu dois bebês e entrou em depressão pós-parto e depressão pós-luto. “Ela foi entrando em desespero e ficando cada dia pior”, disse.
Segundo Rosa Cleonice, foi Fernanda quem chamou a Polícia Militar. Logo depois, ela também teria ligado para a mãe.
“Ela ligou para mim desesperada, toda nervosa, e falou que tinha gente em casa querendo matar ela, que Durval falou que iam matar [a Fernanda]. Ela disse que ficou com tanto medo que pegou uma coisa de ponta fina, que nem sabia o que era, e perfurou a barriga dele”, afirmou a dona de casa.
O escândalo conhecido como ‘Caixa de Pandora’
Bom Dia DF – operação Caixa de Pandora
O escândalo que ficou conhecido como Caixa de Pandora, ou mensalão do DEM, envolvia a compra de apoio de deputados distritais na Câmara Legislativa do DF (CLDF) pelo governo José Roberto Arruda, em 2009.
Naquele ano, a TV Globo revelou imagens do ex-governador José Roberto Arruda recebendo uma sacola com R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa – que era secretário de Relações Institucionais do governo e, depois, se transformou no delator do esquema.
O vídeo foi gravado em 2006, e deu origem às investigações. À época, Arruda informou que o dinheiro era uma doação para a compra de panetones que seriam entregues para famílias carentes de Brasília.
O ex-governador chegou a apresentar quatro recibos, declarando o recebimento do dinheiro “para pequenas lembranças e nossa campanha de Natal”, de 2004 a 2007.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Arruda forjou e imprimiu os quatro documentos no mesmo dia, na residência oficial do GDF, em Águas Claras. Em seguida, os papéis foram rubricados por Durval Barbosa. A impressora foi apreendida pela Polícia Federal, em 2010, e uma perícia comprovou a fraude.
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