Com confiança em vacina abalada, Brasil pode enfrentar mais mortes que poderiam ser evitadas


Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, defende campanhas mais incisivas sobre os riscos da não vacinação. Ao anunciar a ampliação do reforço com a vacina bivalente contra a Covid, a meta do Ministério da Saúde era imunizar 61 milhões de pessoas dos grupos prioritários.
O cenário brasileiro, no entanto, é bastante discrepante em um país que já foi referência em vacinação: até agora, um total de 10 milhões de brasileiros se imunizou com a dose de reforço.
Dados da OMS do ano passado apontam ainda que o Brasil está hoje entre os 10 países com maior quantidade de crianças com vacinação atrasada – uma consequência das mensagens contrárias à ciência disseminadas durante o governo Bolsonaro.
Vacina bivalente contra a Covid-19 é ampliada para pessoas a partir de 18 anos em cidades do Vale do Paraíba
Reprodução/Agência Brasil
Entenda o que são as vacinas bivalentes contra a Covid
Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, avalia que a desconfiança da população brasileira em relação às vacinas pode levar ao aumento da moralidade de doenças evitáveis, como por exemplo o sarampo.
“Talvez não tenha tempo suficiente de recuperar a confiança da população, e talvez a gente volte a ver casos de doenças, infelizmente, graves e fatais na população antes que a gente consiga o sucesso dessa recuperação”, afirma em entrevista à Julia Duailibi.
Para Kfouri, faltam estratégias mais efetivas para promover a vacinação.
“Até pouco tempo atrás, a gente fazia campanhas muito pouco estimulantes e informativas… Poucas vezes [a campanha] explicava a necessidade da vacinação, por que se vacinar, quais são os riscos da não vacinação, os benefícios e a segurança das vacinas.”
Ouça a entrevista completa no podcast O Assunto.

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