Juul, empresa de vaping, vai pagar R$ 2,3 bilhões em acordo judicial com seis estados e uma cidade dos EUA


A empresa enfrenta uma onda de processos e tem tentado fechar acordos judiciais para encerrar os casos na Justiça. Fundação do Câncer alerta para riscos do uso do cigarro eletrônico
A fabricante de cigarros eletrônicos Juul fez um acordo para pagar US$ 462 milhões (R$ 2,3 bilhões) a seis estados e a uma cidade dos Estados Unidos.
O anúncio foi feito pela a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, nesta quarta-feira (12).
Esse é o maior valor que a empresa de “vaping” já firmou. O dinheiro será dividido entre as seguintes unidades federativas:
Nova York,
Califórnia,
Colorado,
Illinois,
Massachusetts,
Novo México e
Washington, DC.
Pelos termos do acordo, a empresa terá que respeitar restrições ao marketing, venda e distribuição dos produtos de vaping.
Sem Fronteiras: Vaping – Os perigos do cigarro eletrônico
Reprodução GloboNews
Por exemplo, é proibido qualquer marketing direto ou indireto direcionado a jovens (pelo texto, jovens foram definidos como pessoas com menos de 35 anos).
Juul também é obrigada a limitar a quantidade de compras que os clientes podem fazer em lojas de varejo e online.
A promotora de Nova York afirmou que a Juul é a responsável pelo começo de uma crise nacional de saúde pública ao colocar produtos que viciam nas mãos de menores e convencê-los de que são inofensivos. “Hoje eles estão pagando o preço pelos danos que causaram”, afirmou ela.
O estado de Nova York vai receber US$ 112,7 milhões. Esse dinheiro vai para programas de redução do tabagismo para menores de idade em todo o estado.
O procurador-geral de Washington DC, Brian Schwalb, disse em comunicado que a Juul “sabia como seus produtos eram viciantes e perigosos e tentava ativamente encobrir isso”.
O que diz a empresa
Um porta-voz da Juul, com sede em Washington DC, disse que, com o acordo de quarta-feira, “estamos nos aproximando da resolução total dos desafios legais históricos da empresa”.
O porta-voz acrescentou que o uso de produtos Juul por menores diminuiu 95% desde 2019, com base na Pesquisa Nacional de Tabaco para Jovens. De acordo com os Centros para Controles de Doenças (CDC, na sigla em inglês), porém, as pesquisas foram feitas online, e os resultados não podem ser comparados aos anos anteriores.
Outros acordos
A Juul já tinha fechado acordos judiciais com outros estados.
Em setembro, a Juul fechou acordo para pagar quase US$ 440 milhões (R$ 2,17 bilhões) em até 10 anos para encerrar uma investigação em 33 estados dos EUA.
Três meses depois, a empresa disse que havia garantido um investimento para resolver milhares de processos judiciais movidos por indivíduos e famílias de usuários, escolas, governos municipais e tribos nativas americanas.
A empresa vai pagar US$ 7,9 milhões (quase R$ 40 milhões) para resolver um processo no qual ela era acusada de comercializar seus produtos para menores de idade, anunciou o procurador-geral da West Virgínia, Patrick Morrisey, na segunda-feira (10).
No mês passado, a empresa pagou à cidade de Chicago US$ 23,8 milhões (R$ 117 milhões) para resolver um processo.
Há também um caso no estado de Minnesota que já foi a julgamento no mês passado. O procurador-geral do estado, Keith Ellison, afirmou que a empresa “enganou e viciou toda uma nova geração de crianças, depois que os habitantes de Minnesota reduziram as taxas de tabagismo juvenil ao nível mais baixo em uma geração”.
Vaping teve ‘boom’ há cinco anos
A Juul alcançou o topo do mercado de vaping dos EUA há cerca de cinco anos com o sucesso de sabores como manga, menta e crème brûlée.
A ascensão da empresa foi impulsionada pelo uso entre adolescentes —alguns deles ficaram viciados nas cápsulas de alto teor de nicotina de Juul.
Pais, diretores de escolas e políticos culparam a empresa por um aumento no uso de vaporizadores entre os menores de idade.

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