Presidida por Bia Kicis, comissão da Câmara aprova convites a oito ministros de Lula; veja lista


Deputados rejeitaram convidar advogado Tacla Duran, que tem feito acusações à Lava Jato. Ida de ministros é opcional, e algumas datas ainda devem ser definidas. A deputada Bia Kicis em sessão na Câmara
Billy Boss/Câmara dos Deputados
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, presidida pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF), aprovou nesta quarta-feira (12) convites a oito ministros do governo Lula.
Entre os convidados, estão os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; e da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (veja lista completa abaixo).
A ida dos ministros à Câmara entrou na pauta inicialmente na forma de convocações – que, se aprovadas, obrigam a autoridade a comparecer ou a justificar ausência. Um acordo de líderes, no entanto, transformou os requerimentos em convites.
Essa transformação de uma convocação em um convite é um pedido comum de parlamentares da base. Segundo o deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA), que representa a liderança do governo na comissão, os ministros se comprometem a participar das reuniões.
“Nós retiramos o kit obstrução para que possamos votar, convertemos a convocação dos ministros em convite, assumindo o compromisso de ser um convite aceito. A liderança do governo assume o compromisso de que os ministros virão a essa comissão para prestar esclarecimentos e debater políticas públicas”, disse o deputado.
Rubens Pereira Jr. articulou, ainda, para que a votação de convite do ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, que atualmente exerce o cargo de presidente da República, não fosse votada nesta quarta-feira.
Alckmin assumiu a presidência em exercício nesta segunda (11), em razão da viagem de Lula à China.
“Ele está no cargo de presidente da República, então não seria razoável que votássemos hoje”, disse.
Veja a lista de ministros convidados:
Rui Costa (Casa Civil)
Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública)
Camilo Santana (Educação)
Fernando Haddad (Fazenda)
Jader Filho (Cidades)
Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social)
Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária)
Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional)
Datas de comparecimento
O deputado Rubens Pereira Jr. já adiantou o calendário de comparecimento de alguns ministros. Alguns dos requerimentos já tinham sido aprovados em reuniões anteriores:
26 de abril: Carlos Lupi, ministro da Previdência Social;
3 de maio: Flávio Dino;
4 de maio: Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
10 de maio: Carlos Fávaro;
19 de maio: Fernando Haddad.
Convite a Tacla Duran
Apesar de aprovarem convites a ministros, os deputados da comissão rejeitaram por 11 votos a 8 um convite ao advogado Rodrigo Tacla Duran, que tem feito críticas e acusações a integrantes da Lava Jato.
O pedido foi feito pelo deputado governista Jorge Solla (PT-BA).
Acusado de lavagem de dinheiro pela operação Lava Jato, o advogado citou em depoimento remoto à Justiça Federal de Curitiba o senador Sergio Moro (União-PR) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) em um caso de suposta extorsão.
O governo orientou a favor do convite de Tacla Duran, mas foi derrotado.
“A quem isso incomoda? Qual o medo? Estamos votando, enquanto base do governo, favorável aos requerimentos de votação independente do nome do processo, da capa, de quem é, porque somos a favor da transparência. Quem vota a favor de um convite de uma forma e vota de outra absolutamente contrária conforme o nome do convidado não está favorável a busca da transparência e da verdade”, disse Solla.
Ex-integrante da Lava Jato, Dallagnol orientou contrário a votação.
“O Legislativo tem duas funções principais, uma de legislar, outra de fiscalizar o governo, e não de fiscalizar fatos passados não relacionados ao governo atual”, disse. “Ninguém tem receio em relação ao que o sr. Tacla Duran possa dizer, porque aliás ele já disse. (…) A estratégia do governo é buscar desviar a atenção dos desmandos do atual governo para discutir a Lava Jato.”

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