Em meio a prejuízos da cheia, vereadores aprovam aumento do próprio salário e criação de 77 cargos comissionados em Rio Branco


Projeto do Executivo também prevê aumento para prefeito e vice. O vereador Fábio Araújo (PDT), que presidiu a sessão, sugeriu que o presidente da casa, Raimundo Neném (PSB), que é contra o projeto, abdicasse do aumento na remuneração. Votação ocorreu na noite desta terça-feira (11)
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Em meio à crise provocada pela maior enchente do Rio Acre em 8 anos, a Câmara de Vereadores de Rio Branco aprovou por unanimidade na noite desta terça-feira (11) três projetos de lei de autoria do Executivo municipal, que prevê aumento de salários aos parlamentares municipais, ao prefeito da capital além da criação de 77 cargos comissionados. Os projetos agora seguem para sanção do prefeito Tião Bocalom.
A Câmara ainda não divulgou estimativa do custo desses projetos aos cofres públicos, mas confirmou que a alteração nos valores deve ser a seguinte:
Salários dos vereadores: de R$ 12 mil para R$ 17 mil (41,6%)
Salário do prefeito: de R$ 17 mil para R$ 21 mil (23,5%)
Verba de gabinete: de R$ 38 mil para R$ 50 mil (31,5%)
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Dois vereadores se ausentaram da sessão, que terminou por volta de 22h após pausa para análise dos projetos. A vereadora Elzinha Mendonça (PSB) por motivos de saúde, e o presidente da Câmara, Raimundo Neném (PSB), que deixou a sessão ainda durante o dia.
Segundo o vereador Fábio Araújo (PDT), que presidiu a sessão, Raimundo Neném teria saído porque não concordou com o projeto, e, ao fim dos trabalhos, sugeriu que o presidente da casa abdicasse do aumento de salário aprovado na câmara.
À Rede Amazônica Acre, Raimundo Neném confirmou ser contra o projeto, mas que não iria comentar a fala do colega. Ele também afirmou esperar que o Ministério Público atue sobre possíveis irregularidades do projeto.
Seguidos aumentos
Desde 2022, os parlamentares de Rio Branco têm aprovado projetos em benefício próprio. No primeiro semestre do ano passado foram pelo menos três votações que ampliaram verbas de gabinete.
Em janeiro de 2022, a casa reajustou as verbas direcionadas aos vereadores e liberou R$ 7 mil por mês para cada um dos 17 parlamentares gastarem com combustíveis e aluguel de gabinete. O presidente da Câmara à época, vereador N. Lima, informou que o reajuste é justificado pela elevação dos custos com aluguel de imóveis que sigam padrões exigidos, como acessibilidade, por exemplo, assim como os constantes aumentos no preço dos combustíveis.
Já em março, um projeto de autoria da mesa diretora, concedeu aumento de quase 30% ao gabinete dos vereadores, que aumentou a renda destinada aos gastos com assessores de R$ 30 mil para R$ 38 mil.
No mesmo dia, os vereadores aprovaram um PL que concedia aumento salarial de 15% para servidores ativos e inativos da Câmara Municipal. O projeto também criou dois cargos em comissão de Assessoria de Segurança Institucional.
VÍDEOS: g1

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