Conheça o bordel cibernético onde as ‘trabalhadoras’ são bonecas sexuais dotadas de IA

O primeiro bordel cibernético do mundo, o “Cybrothel”, fica em Berlim, na Alemanha, e oferece aluguéis de bonecas de tamanho real que interagem com seus locatários com a ajuda de óculos de realidade virtual. Recentemente, no entanto, a empresa anunciou um novo seguimento, o de bonecas sexualizadas equipadas com IA (Inteligência Artificial).

O serviço ainda está em fase de testes, mas depois de inaugurado, promete para seus clientes interações verbais e físicas com as personagens de IA.

As bonecas são feitas de silicone e até esquentam em contato com o toque humano. Todas possuem nomes e uma história fictícia, como se tivessem personalidade.

Apesar disso, os clientes podem customizá-las como quiserem e escolher a cor do cabelo, roupas, fetiches ou se elas vão se comunicar, mas só falam inglês ou alemão.

Kokeshi, uma das bonecas mais populares da Cybrothel, é capaz de mover seus quadris, gemer e até “respirar”. Contudo, a empresa não permite que os clientes sejam agressivos com as bonecas, ou peçam serviços sexuais que façam apologia à pedofilia ou zoofilia.

“Antes, havia um interesse significativo em bonecas com dubladoras, onde os usuários podiam apenas ouvir a voz e interagir com a boneca. Agora, há uma demanda ainda maior por interação com inteligência artificial”, afirmou à BBC, o fundador e proprietário da Cybrothel, Philipp Fussenegger.

Pesquisa da empresa de consultoria SplitMetrics revelou que aplicativos de IA que possuem finalidade de oferecer companhia aos seus usuários chegaram a 225 milhões de downloads na loja virtual Google Play Store.

Críticas ao bordel cibernético

A pesquisadora sênior do Centro Leverhulme para o Futuro da Inteligência da Universidade de Cambridge, Kerry McInerney, alertou para o risco de perpetuação de estereótipos de gênero retrógrados ou conteúdos inapropriados, como abuso e violência, em chatbots sexuais.

Além disso, Rykov aponta que os usuários podem ficar dependentes das bonecas sexuais, especialmente homens solitários.

“É crucial que compreendamos que tipos de conjuntos de dados são usados para treinar chatbots sexuais, caso contrário, corremos o risco de replicar ideias sobre sexo que rebaixam o prazer feminino e ignoram o sexo que existe fora das relações heterossexuais”, explica McInerney.

Bordel cibernético fica em Berlim, Alemanha – Vídeo: Reprodução/ND