IML demora 9 meses para liberar corpo de caminhoneiro carbonizado em acidente para família: ‘Agora posso dar um enterro digno’, diz esposa

Corpo de Marcos Ferreira de Araújo foi mantido no Instituto Médico Legal em Belo Horizonte desde o acidente fatal, em julho de 2022. Polícia Civil disse que corpo passou por exame de DNA, mas não explicou a demora. Marcos Ferreira de Araújo morreu em um acidente de caminhão em julho de 2022
Arquivo pessoal
A família do caminhoneiro Marcos Ferreira de Araújo, de Paracatu no Noroeste de Minas, morto em um acidente na BR-365 no ano passado, enfrenta uma dor que se soma à do luto: a demora para poder dar um enterro digno ao familiar.
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Desde a morte do caminhoneiro, em julho de 2022, o corpo foi mantido no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. Segundo a esposa de Marcos, Iraci José de Souza, ele só foi liberado na quarta-feira (26), após nove meses de espera.
“A gente ligava, eles falavam que o exame não estava pronto, falava que quando estivesse pronto iam entrar em contato com a família, e assim foram empurrando a gente até agora”, contou a viúva ao g1.
Marcos deixou uma filha de oito anos e também cuidava de outras duas crianças, filhas de Iraci de outro relacionamento.
“Ele era uma pessoa muito boa. Agora estou mais tranquila porque poderemos dar um enterro digno para o meu marido”, completou.
Ao g1, o advogado da família, Luís Fernando Coelho, disse que planeja entrar na Justiça contra o Estado de Minas Gerais para pedir uma indenização por danos morais aos parentes de Marcos.
“Além da dor do luto, tiveram que conviver por longos nove meses com a ideia de que o corpo daquela pessoa que tanto amavam estava no IML e sequer tiveram a oportunidade de obter informações concretas a respeito da liberação”, afirmou.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais, responsável pelo IML, afirmou que o corpo de Marcos, que estava carbonizado, precisou ser submetido a exame de DNA e que a família foi informada do resultado do teste assim que ele saiu, na última segunda (24). Veja o posicionamento na íntegra mais abaixo.
Após receber a nota, o g1 questionou novamente a Polícia Civil sobre o motivo da demora de nove meses para a divulgação do resultado do exame e aguarda resposta.
A reportagem também fez contato com a assessoria do Governo de Minas, citado no caso, e espera retorno.
Caminhão capotou na BR-365
O acidente que vitimou Marcos aconteceu no dia 23 de julho de 2022, na BR-365, em João Pinheiro, Noroeste de Minas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o caminhoneiro perdeu o controle da direção, saiu da pista, bateu em um barranco, capotou e só parou com as rodas do veículo para cima.
Na ocasião, o Corpo de Bombeiros de Pirapora foi acionado para tirar o corpo da vítima das ferragens. Ainda conforme a PRF, ele foi encaminhado para o IML de Paracatu após o acidente e, em seguida, transferido para a unidade em Belo Horizonte.
Caminhão dirigido por Marcos capotou na BR-365 em João Pinheiro em julho de 2022
Polícia Rodoviária Federal
O que diz o IML
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que o corpo carbonizado deu entrada no Instituto Médico Legal Dr. André Roquette, na capital, e precisou ser submetido a exame de DNA. O resultado saiu dia 24 de abril e, imediatamente, a família foi comunicada e cientificada sobre os trâmites legais para liberação do corpo”.
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