Estrutura da Casan na Lagoa da Conceição, que rompeu em 2021, recebe mais proteção

Em caráter preventivo, desde a semana passada, a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) amplia a barreira de proteção da LEI (Lagoa de Evapoinfiltração) do sistema de esgotamento sanitário da Lagoa da Conceição que rompeu, em janeiro de 2021, acarretando em danos ambientais e sociais. Depois de despender cerca de R$ 12 milhões em indenizações aos atingidos, a companhia trabalha na recuperação ambiental da área, removendo vegetação exótica e inserindo espécies nativas.

Além disso, vai executar um plano de segurança da barragem, com avisos sonoros e treinamento dos moradores próximos ao local, para evitar e minimizar eventuais impactos de outro acidente. O trabalho iniciado recentemente, que amplia a proteção da estrutura com sacas de areia, porém, visa evitar quaisquer novos desastres. Desde o incidente há três anos, o investimento nas diversas ações executadas, e em andamento, chegam a R$ 27 milhões.

Casan amplia a barreira de proteção da Lagoa de Evapoinfiltração da Lagoa da Conceição – Foto: Nicolas Horácio/ND

Presidente da Casan, Edson Moritz explica que este é um compromisso do governo, de proteção e prevenção. Segundo ele, desde o incidente, a Casan adotou cuidados diários no local. “Estamos ampliando a barreira para não ter mais problemas. Também renovando a flora e perfurando poços, 17 no total, para melhorar o desempenho da estação”. Sobre as indenizações, Moritz frisou que a maioria foi resolvida, porém, ainda existem pendências em discussão na Justiça. “Temos três a quatro pessoas reivindicando suas questões. Estamos acompanhando, mas o que diz respeito a nossa gestão é reforçar os cuidados.”

Na estrutura nas dunas, o trabalho é realizado com autorização da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente) e, conforme Moritz, na linha da manutenção preventiva. “Desde que assumimos a Casan, estamos revisando as instalações e redobrando a segurança para que não haja prejuízo nem da natureza nem das pessoas”, ressaltou.

Trabalho nas Dunas é realizado com aprovação da Floram – Foto: Nicolas Horácio/ND

Diretor de Operação e Expansão da Casan, Joel Horstmann explica que há um acompanhamento mensal de dois engenheiros civis que monitoram o entorno da lagoa. Foram eles que sentiram a necessidade da manutenção preventiva. Ele também falou sobre a mudança no tratamento do local, que foi modernizado nas estações de tratamento de esgoto na Ilha e na de Potecas, em São José. “Fazemos o tratamento terciário, o mais eficiente e moderno hoje no Brasil. Tem 98% de eficiência, então sai praticamente água pura, devolvendo 2% de matéria orgânica para o meio ambiente”, afirmou.

Recuperação ambiental e plano de segurança

Gerente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Casan, Andréia Senna explicou que toda intervenção no local é feita com liberação da Floram, porque é o órgão licenciador da estação de tratamento de esgoto. Além disso, a estrutura fica no parque natural das dunas da Lagoa da Conceição, administrado pela Floram, que também precisa autorizar qualquer ação para avaliar impactos ambientais e garantir que sejam minimizados.

Casan apresentou projeto de recuperação ambiental para remover a vegetação exótica que se espalha fácil  – Foto: Nicolas Horácio/ND

Após a tragédia de 2021, como solo e vegetação ficaram expostas, a Casan apresentou um projeto de recuperação ambiental para remover a vegetação exótica que se espalha fácil e não deixa a vegetação nativa nascer. “Isso empobrece o solo, atrapalha a fauna. Vamos remover e plantar vegetação nativa, garantindo a biodiversidade aqui no parque das dunas da Lagoa da Conceição”, disse Andréia. O trabalho começou ano passado, após investigações dos pontos mais afetados e a autorização do órgão ambiental, devendo se estender por mais dois anos.

Plano de segurança de barragem também foi feito pela Casan – Foto: Nicolas Horácio/ND

Outra medida é o plano de segurança da barragem. “Como construímos o muro de contenção, contratamos um plano de segurança da barragem, após um estudo na região, com um cronograma de ações, para garantir a segurança da população. Teremos avisos sonoros, treinamento com a população, tudo para garantir a segurança. Terminamos o estudo e protocolamos no órgão ambiental, na Floram, para avaliação deles”, afirmou Andréia. Esse projeto foi entregue semana passada à Floram e a tendência é que envolva a Defesa Civil, trazendo olhar multidisciplinar sobre o plano e garantindo a eficiência. Depois, começa a fase de aplicação das medidas.

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