Topázio Neto elenca prioridades para mobilidade, melhoria do saneamento e hospital no Norte

Um dia após a eleição histórica em Florianópolis, o prefeito reeleito Topázio Neto (PSD) concedeu entrevista exclusiva nesta segunda-feira (7) no estúdio do Balanço Geral, na sede do Grupo ND, no Morro da Cruz. Com a maior votação já registrada por um prefeito na história de Florianópolis – 161.839 votos válidos, representando 58,49% -, Topázio compartilhou suas reflexões sobre a campanha eleitoral e as ações previstas para o segundo mandato.

Prefeito de Florianópolis pelos próximos quatro anos, Topázio Neto (PSD) concedeu entrevista exclusiva ao Balanço Geral – Foto: Germano Rorato/ND

Ping pong com Topázio Neto

Parabéns, prefeito, pela reeleição!

“Obrigado! Foi uma campanha muito bonita e, ontem (domingo), quando tivemos o resultado da eleição, ou da reeleição no primeiro turno, foi uma sensação incrível para todos nós que participamos dessa campanha ao longo de 45 dias, mostrando propostas e fazendo uma campanha bonita, onde as famílias sentavam no sofá para ver o nosso programa eleitoral.

Então, eu costumo dizer que não são promessas de campanha, são compromissos do prefeito, que vai ter mais quatro anos de governo à frente da cidade.”

Pensando a curto prazo, quando pensamos nesse prazo de 12 meses, que estão para vir agora em 2025, o que o senhor acha que é possível começar a executar?

“As pessoas nos elegeram com essa perspectiva de trabalharmos nos principais problemas da cidade. Quando você pergunta para alguém qual é o maior problema da cidade, nove em cada dez vão falar sobre mobilidade urbana.

Não é difícil entender que, em uma ilha como a nossa, com dificuldade de criar novas estradas, a mobilidade realmente é um problema que está no dia a dia.

“Nós já estamos fazendo uma via exclusiva a partir do antigo pedágio até a entrada de Jurerê, Daniela e Ratones, e isso vai melhorar já para a próxima temporada.

Agora, vamos iniciar – o governo do Estado já está licitando – a terceira faixa da SC-401, do trevo do CIC até o trevo de Santo Antônio de Lisboa, e vamos trabalhar também na SC-404, em frente ao Cepon, no Jardim Botânico, porque ali sempre há um problema de trânsito grande.

“Já temos recursos garantidos, R$ 160 milhões do Orçamento Geral da União, para fazer o primeiro trecho do BRT, que vai do terminal da Trindade até o Saco dos Limões, perto do antigo Armazém Vieira, um corredor exclusivo de ônibus para melhorar a mobilidade daquela região. Em termos de mobilidade, temos muita coisa para fazer e já iniciamos algumas agora, no início do ano.”

Topázio Neto falou dos investimentos na infraestrutura de Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ND

A proposta do hospital do Norte da Ilha vai sair do papel?

“O hospital está sendo desenhado, já está muito bem encaminhado, e eu quero, ainda no primeiro trimestre do ano que vem, até o fim de março, iniciar as obras para adaptar a UPA, o posto de saúde, e criar nosso complexo do Multihospital do Norte da Ilha, nos mesmos moldes do Sul da Ilha.

“Será um equipamento de saúde para baixa e média complexidade, com uma UPA incluída, com sistemas de laboratório e diagnóstico por imagem bastante robustos, para que ninguém mais precise ir ao Centro para fazer uma radiografia, uma tomografia. Vamos ter esses serviços no Norte da Ilha para facilitar a vida das pessoas que moram em toda aquela região.”

Mudando de região, uma preocupação latente no Sul da Ilha é o saneamento básico. Qual a sua preocupação em relação a isso e o que pode ser feito?

“Sou o prefeito que mais ampliou o saneamento na minha gestão. Quando assumimos, há dois anos, tínhamos 58% de cobertura de saneamento na cidade.

Vamos entregar agora, na metade do ano que vem, 74% de cobertura. Veja que a legislação pede que as cidades tenham 90% de cobertura, vai faltar 16%. Onde é isso? No extremo Sul da Ilha, no Leste da Ilha, no Rio Vermelho, na Barra da Lagoa.

Tenho um compromisso da Casan e estamos trabalhando juntos para planejar.

Ou a Casan entrega dentro de um cronograma que a cidade precisa, ou vamos chamar alguém da iniciativa privada para, junto com a Casan ou separadamente, fazer essas entregas que a cidade necessita.

Volto a reafirmar que é um compromisso firme do prefeito resolver o saneamento que ainda falta na cidade.”

Outro ponto que a cidade tem sentido muito, principalmente no Centro, é a questão dos moradores de rua. Prefeito, o que dá para mudar no que não funcionou muito bem, e o que funcionou que será mantido?

“Vamos intensificar o trabalho que temos feito, sempre olhando a pessoa em situação de rua como um cidadão, um ser humano, alguém que nasceu de uma família, que uma mãe colocou no mundo, que um pai gerou expectativa para ele e que, em algum momento da vida, se perdeu, e nós temos que resgatar.

Se ele tem um problema com a Justiça, ele não é morador de rua, é um bandido travestido de morador de rua. Esses nós identificamos e encaminhamos para a Justiça.

“Pode haver também uma pessoa com transtorno mental. Eles têm que ser tratados. Ou ele pede para ser tratado, ou nós, de maneira involuntária, o levamos para ser tratado.

Existem pessoas que aceitam a oportunidade de emprego, de capacitação, agarram essa chance e saem da rua. Ainda há uma última categoria, que são as pessoas que querem retornar para sua cidade de origem.

Só este ano, até abril, já mandamos 500 pessoas de volta para suas cidades. Então, vamos intensificar o trabalho, profissionalizando cada vez mais e retirando as pessoas das ruas, dando tranquilidade tanto para quem sai da rua quanto para quem vive na cidade.”

Topázio Neto falou sobre as políticas para tratamento de pessoas em situação de rua em Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ND

Uma bandeira do Grupo ND, uma preocupação nossa e de toda a população, são as invasões de terra. É possível aumentar a quantidade de fiscais nesse sentido? O que pode ser feito daqui para frente?

“Nesse período em que sou prefeito, dei atribuições para a Guarda Municipal fiscalizar. Ganhamos, do dia para a noite, quase 150 fiscais que estão nas ruas e podem fiscalizar invasões, entre outros.

Temos um instrumento na cidade chamado demolição sumária. O que é isso? Alguém construiu em uma área onde não deveria, e nós temos autoridade, enquanto município, para derrubar essas construções.

Só nos últimos meses, foram mais de 200 mil metros quadrados demolidos na cidade. O que temos que fazer é ampliar a fiscalização e começar a gerar habitação de interesse social.

Já vamos começar, na Serrinha, o primeiro núcleo habitacional com 168 unidades para baixa renda. Com isso, conseguimos realocar algumas pessoas que estão em áreas de invasão para esses imóveis.”

Os últimos censos mostram uma grande capacidade de migração, principalmente para nossa cidade, com milhares de pessoas chegando por conta da qualidade de vida. Em relação à educação, o senhor acha possível aumentar o número de vagas em creches?

“É possível aumentar, mas é importante notar o seguinte: temos hoje 1.500 vagas de creche sobrando na cidade, mas, como há muita migração de pessoas de outros Estados para cá, elas escolhem onde querem morar na cidade. Então, às vezes, tem vaga sobrando no Sul da Ilha, mas as pessoas estão morando no Norte da Ilha.

Estamos fazendo um grande balanço de todas as nossas vagas, ampliando as creches em tempo integral e abrindo novas oportunidades onde são necessárias.

Em breve, vamos inaugurar, no Rio Vermelho, uma nova creche para mais de 200 crianças em período integral. Minha meta, em quatro anos, é duplicar o número de vagas em tempo integral na cidade. Hoje, 30% das nossas crianças estudam em tempo integral. Quero chegar a 60% ao final de quatro anos.”

Topázio Neto disse que a prefeitura faz um balanço das vagas de creche para ofertá-las em locais onde há maior população – Foto: Germano Rorato/ND

Como está a situação da marina da Beira-Mar Norte?

“Fizemos uma audiência de conciliação há duas semanas na Justiça Federal, 4ª região, e concluímos nessa audiência pública que o licenciamento está correto.

Fizemos todo o licenciamento no IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), que é um órgão estadual, e o Ministério Público Federal entendia que deveria ser no Ibama. Os próprios técnicos do Ibama estiveram lá e disseram que era com o IMA.

“É importante dizer que estamos a 98% de obter a licença definitiva para iniciar a obra da marina da Beira-Mar. Vamos ter ali, no que chamamos de Parque Marina, o equivalente a 14 campos de futebol de área pública.

Um novo parque para a cidade, com áreas de esporte, ciclismo, espaço para pets, corrida, e uma arquibancada em frente ao mar para assistir às corridas e ao pôr do sol. A cidade vai se transformar com o parque marina da Beira-Mar.”

Para finalizar, quero tocar no aspecto cultural. Agora, com o cinema infantil, a prefeitura presente no Carnaval e nas escolas de samba, o senhor pretende ampliar? Vai modificar alguma coisa? Enxerga que algo precisa ser mudado?

“Temos em Florianópolis a Lei de Incentivo à Cultura Municipal, que tem sido muito usada pelos produtores para criar novos espetáculos. Acontece que ela tem uma certa burocracia.

O compromisso que assumi na campanha e vou cumprir é desburocratizar nossa Lei de Incentivo à Cultura para que mais produtores tenham acesso e possibilidade de financiar os seus projetos com a lei incentivada.

Lembrando que lei incentivada é dinheiro público que a prefeitura coloca na área cultural por entender que isso faz parte de uma sociedade saudável, bem desenvolvida e que tem atrações culturais de todas as áreas.”

Veja a entrevista completa de Topázio Neto ao Balanço Geral Florianópolis:

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