PSDB lidera ranking de prefeituras em Pernambuco em 2024; PSB é o que mais perde prefeitos e cai para 2º lugar


Partido da governadora Raquel Lyra subiu de 5 para 31 prefeituras no comparativo com 2020. PSB perdeu mais de vinte prefeituras no mesmo período. A governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito João Campos (PSB)
montagem / g1
Levantamento do g1 mostra uma nova correlação de forças em Pernambuco após as eleições de 2024. O PSDB, partido da governadora Raquel Lyra, foi o que mais elegeu prefeitos no estado no 1º turno.
Essas foram as primeiras eleições municipais de Raquel Lyra como governadora, já que ela foi eleita em 2022. Desde então, o partido dela subiu de cinco prefeituras em 2020 para 31, em 2024.
Na outra ponta , o PSB, que liderou o ranking de prefeituras por 16 anos, entre os governos de Eduardo Campos (2007-2014) e de Paulo Câmara (2015-2022), foi o partido que mais perdeu o comando de municípios quando se comparado com o último pleito: saiu de 53 para 30. O PSB já tinha encolhido em número de prefeitos em 2020.
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O resultado final do ranking deve ser definido após o 2º turno, já que Ramos ( PSDB) e Júnior Matuto (PSB) se enfrentam em Paulista, no dia 27 de outubro. A depender do resultados, os dois partidos podem empatar em primeiro lugar, com 31 prefeituras cada, ou o PSDB liderar sozinho, com 32.
Nas eleições de 2020, o PP passou de 16 para 24 prefeituras. No pleito atual, a legenda conseguiu se manter na terceira posição, com o mesmo número de prefeituras.
Já o MDB, que tinha ficado em 2º lugar em 2020 ao eleger 22 prefeitos, perdeu dez municípios e despencou para o sexto lugar.
O Republicanos subiu de 12 para 22 prefeitos e conquistou o quarto lugar, trocando de posição com o PSD, que mesmo subindo de 14 para 18 prefeitos, passou para o quinto lugar.
Veja a relação de prefeitos eleitos por partido em Pernambuco
Desenho político e eleições de 2026
Para o doutor em ciência política e professor da UFPE Arthur Leandro, a disputa entre PSDB e PSB pelo topo do ranking de prefeituras já aponta para um possível enfrentamento nas próximas eleições estaduais.
Ele elenca a reeleição de Rodrigo Pinheiro (PSDB) em Caruaru, cidade governada de 2017 a 2022 por Raquel Lyra, e a vitória expressiva de João Campos (PSB) no Recife como fatos relevantes para preparar terreno nas eleições pelo governo de Pernambuco em 2026.
“Esses resultados apontam para uma governadora que manteve força em seu reduto, mas enfrentará desafios significativos para expandir sua base de apoio no estado, especialmente frente ao fortalecimento do grupo de João Campos”, diz o cientista político.
O partido da governadora conseguiu um crescimento poderoso de mais de 500% quando comparado a 2020 e destoa do cenário nacional, onde o PSDB, pela primeira vez, não elegeu nenhum prefeito de capital. Contudo, para Arthur Leandro, a governadora teve uma eleição conturbada.
“Raquel Lyra enfrentou altos e baixos nas eleições municipais de 2024, e tentará viabilizar sua candidatura à reeleição num cenário incerto. Sua principal vitória ontem foi a reeleição em primeiro turno do prefeito Rodrigo Pinheiro, de Caruaru, validando sua influência na sua principal base política”, afirma.
O professor, no entanto, aponta que atrapalharam a gestora o distante quarto lugar do candidato da governadora no Recife, Daniel Coelho (PSD), e a “derrota expressiva” de Izaías Régis (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na disputa pela prefeitura de Garanhuns, no Agreste.
“A eleição de 2024 acaba por desenhar um cenário de maior polarização entre os dois líderes para 2026, com Raquel Lyra precisando consolidar sua presença nas regiões mais urbanizadas e populosas, para enfrentar a crescente popularidade de Campos em um possível embate pelo governo de Pernambuco”, afirmou.
Quem sobe e quem desce em meio à polarização
Lula e Bolsonaro
Stephanie Rodrigues/g1
No confronto pelos comando dos 184 municípios pernambucanos, além do crescimento do PSDB, outros cinco partidos também saíram com mais vitórias em relação a 2020. O PP apresentou crescimento de 50% no número de prefeituras.
Outro que teve elevação significativa foi o Podemos, que incorporou o PSC, e subiu de 3 para 8 prefeituras (crescimento de 167%). O PSD conquistou quatro prefeituras a mais, um aumento de 28% e o PV, que passou a fazer federação com PT e PCdoB em 2022, saiu de zero para cinco prefeituras.
No contexto da polarização nacional entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Pernambuco, o PT passou de 5 para 6 prefeituras e está no 2º turno na disputa pelo comando de Olinda. Já o PL, despencou de 9 para apenas 2 prefeituras, tendo como principal trunfo manter a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, com a reeleição de Mano Medeiros.
O cientista político Arthur Leandro, o embate da última eleição presidencial passou longe da maior parte das disputas para prefeito deste ano. “De um modo geral, as dinâmicas locais, como alianças e demandas específicas, predominaram sobre as referências políticas nacionais. A prioridade dos eleitores ainda foi resolver questões municipais específicas​”, disse.
Resultados no Grande Recife
Das 14 cidades do Grande Recife, o PSB venceu em três, seguido pelo PSDB, PSD e o Republicanos, com dois municípios cada. PL, PP e Solidariedade vencera em uma cidade cada, sendo que a vitória de Lula Cabral (Solidariedade) no Cabo de Santo Agostinho está sub judice.
Em Olinda, haverá segundo turno entre Vinicius Castello (PT) e Mirella Almeida (PSD), assim como em Paulista, a disputa foi para uma nova etapa entre Ramos (PSDB) e Júnior Matuto (PSB).
Na correlação de forças entre a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos, foram cinco vitórias para o grupo do PSB, quatro vitórias para os apoiados da governadora e dois eleitos sem apoio oficial de nenhum dos dois grupos políticos.
Veja a relação de partidos nas cidades do Grande Recife
Sub judice
Em 2024, duas cidades de Pernambuco estão com indefinições quanto ao futuro por conta do resultado das eleições. Os eleitos no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, e em Goiana, na Zona da Mata, estão sub judice, o que significa que a confirmação do resultado depende do Tribunal Superior Eleitoral.
Nos dois casos, a candidatura dos vencedores foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral em Pernambuco. Apesar disso, ambos conseguiram concorrer e receber votos.
Lula Cabral (Solidariedade) foi eleito pela quarta vez prefeito do Cabo, mas teve a candidatura indeferida, porque o TRE-PE entendeu que ele está inelegível devido à rejeição, pela Câmara Municipal do Cabo, das contas da prefeitura em 2017 – quando era prefeito da cidade.
Já em Goiana, o prefeito Eduardo Honório (União) venceu a eleição, mas sua candidatura também está sub judice. Honório foi prefeito interino da cidade entre 2017 e 2020 por conta de problemas de saúde de Osvaldo Rabelo Filho, titular do posto e que morreu em 2021. Em 2020, Honório venceu a eleição e agora, ganhou novamente. O TRE-PE entende que ele disputou um terceiro mandato, o que não é permitido pela Constituição Federal.
De acordo com o tribunal, as candidaturas sub judice precisam esperar a Justiça Eleitoral para definir se poderão ser diplomadas em dezembro, garantindo que os prefeitos eleitos sejam empossados em 1º de janeiro de 2025.
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