‘A gente ainda está em uma rotina de guerra’, diz brasileira moradora de Israel um ano após ataque do Hamas


Geruza Schneider, natural de Porto Alegre, mora em área vizinha a comunidade que foi severamente atacada há um ano. Atentado iniciou conflito que ainda perdura no Oriente Médio. Geruza Schneider e Leon Chrempach, naturais do RS e moradores do kibutz Hatzerin, em Israel
Rodrigo Lopes/RBS TV
Um ano após os ataques do grupo terrorista Hamas em Israel, a brasileira Geruza Schneider conta que ainda vive sob alerta.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
“A gente ainda continua um pouco nesse evento. Ainda tá num momento de guerra, numa rotina de guerra. A gente fica atento, não finge que não tem nada acontecendo”, descreve ela, natural de Porto Alegre e moradora do kibutz Hatzerim junto com o marido, Leon Chrempach.
Kibutz são comunidades agrícolas israelenses, administradas coletivamente. Geruza, que trabalha como designer, desenhou uma ilustração que representa a chegada de moradores de um dos territórios mais devastados pelo ataque de 7 de outubro do ano passado, o kibutz Beeri. No local, 100 dos 1,1 mil moradores foram assassinados, e as casas, destruídas.
Cerca de 100 famílias de Beeri receberam do governo novas residências em uma área contígua a Hatzerin. O logo desenhado por Geruza simboliza a solidariedade para receber os novos moradores.
“Esse trabalho foi feito para que o pessoal se sinta bem acolhido aqui. E é superimportante, para mim, ter feito parte disso” conta, com os olhos marejados.
A ilustração mostra casinhas com telhado vermelho e laranja com árvores em ambos os lados ligadas pelo abraço de moradores, com o sol ao fundo.

Leia também
Blog da Sandra Cohen: Um ano depois, o pesadelo que transformou o Oriente Médio está longe do fim
‘É desumano, é desesperador’, diz psicóloga brasileira que atua em hospital em Gaza
Ataques aéreos israelenses em Gaza atingem mesquita e escola que abrigava desalojados
Logo criado por Geruza, que simboliza a relação de solidariedade entre os dois kibutzim
Geruza Schneider/Divulgação
O kibutz Hatzerim fica a 30 quilômetros da barreira da Faixa de Gaza. Localizado em Beersheba, a principal cidade do sul do país, tem cerca de 1 mil moradores, dos quais 40 são brasileiros.
Os limites do kibutz, que fica ao lado de uma base aérea que foi alvo dos bombardeios iranianos na terça-feira, foram ampliados para a construção de casas temporárias. Ali, as famílias que viviam em Beeri serão instaladas.
Conforme a lei israelense, todas as casas, mesmo que temporárias, contarão com um quarto seguro: um dos cômodos transformado em bunker para casos de ataques aéreos.
Bairro construído no Hatzerim para receber os moradores de Beeri
Rodrigo Lopes/RBS TV
1 ano do ataque terrorista
Em 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas atacaram a região sul de Israel e mataram 1,2 mil pessoas. Outras cerca de 250 foram feitas reféns, de acordo com contagens israelenses. Mais de 100 reféns continuam sendo mantidos em cárcere pelo Hamas.
Um balanço divulgado nesta segunda-feira (7) pelas Forças Armadas de Israel mostra que 782 soldados morreram em combate na guerra na Faixa de Gaza e nos ataques do grupo terrorista Hamas, ocorridos há um ano. No território palestino, quase 42 mil pessoas foram mortas pelas forças de Israel, segundo o Ministério da Saúde.
Os ataques do Hamas seguem, e nesta segunda-feira (7), os terroristas atingiram Tel Aviv com uma salva de mísseis, deixando dois feridos. A grupo libanês Hezbollah também iniciou ataques contra o território israelense.
Israel lembra o primeiro aniversário dos ataques terroristas do Hamas
VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Adicionar aos favoritos o Link permanente.