Vereadora mais votada em Campinas, Mariana Conti prevê avançar em questões ambientais e diz que ‘feminismo é imparável’


Parlamentar do PSOL foi a candidata que recebeu mais votos na metrópole pela segunda vez consecutiva. Nas eleições de domingo, Conti foi escolhida por 14.356 eleitores. Vereadora mais votada em Campinas, Mariana Conti (PSOL)
Câmara Municipal
Pela segunda vez consecutiva, Mariana Conti (PSOL) foi a candidata à Câmara de Vereadores mais votada em Campinas (SP). Em conversa com o g1 nesta segunda-feira (7), ela afirmou que pretende continuar a luta pelas questões ambientais e comemorou o aumento da representatividade feminina.
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Mariana foi eleita no domingo (6) com 14.356 votos, superando a marca de 10.886 eleitores da candidatura anterior, em 2020. Ela vai compor uma câmara que possui o maior número de vereadoras da história: cinco. No entanto, o índice ainda é bastante inferior se comparado com o de homens, que somam 28 parlamentares.
“O feminismo é imparável. A luta das mulheres é imparável, ela vai continuar. Nós vamos continuar aumentando”, afirmou Mariana Conti.
Marina falou sobre a felicidade em relação ao resultado e que tudo aconteceu após um trabalho com muita responsabilidade e coletiva. “Essa foi a campanha mais bonita que eu já participei, e ela foi muito bonita porque foi uma campanha coletiva, foi uma campanha de esperança”, contou.
⚡🔥💧 Emergência climática
Conti disse que a pauta ambiental é uma das mais importantes para continuar a levantar no Legislativo da metrópole. A vereadora ressaltou que a emergência climática é uma questão séria que não se resume apenas a Campinas, mas que parte da classe política não está levando a sério.
Vereadora mais votada em Campinas, Mariana Conti (PSOL)
Arquivo Pessoal
“Eu acho que essa votação reflete que parte da população está vendo os efeitos [climáticos], está sentindo na pele e está compreendendo essa importância”, disse.
Em relação a Campinas, a parlamentar pontuou o processo de “devastação ambiental intenso”, provocado por, entre outros elementos, a especulação imobiliária, e comparou o negacionismo científico, que ocorreu durante a pandemia da Covid-19, com um “negacionismo climático”.
“Combater o negacionismo, exigir e construir políticas para preparar a cidade de Campinas nesse cenário, e sobretudo parar a devastação ambiental, eu acho que é o mais importante”, afirmou.
A vereadora explicou que a questão ambiental atinge a população de diferentes maneiras. Se por um lado as queimadas são os fenômenos mais recentes e mais evidentes, há também a demanda hídrica que, devido à expansão imobiliária de Campinas, pressiona cada vez mais o abastecimento da população.
“O nosso rio Atibaia, que é a nossa única fonte de abastecimento de água, está sendo super pressionado por condomínios de luxo ali na região da parte de Campinas”, falou.
✊ Feminismo
Mariana também repercutiu o aumento da representatividade feminina na Câmara, que passou de quatro mulheres em 2020 para cinco a partir do próximo quadriênio (2025-2028). Ela comemora os avanços e pensa ser questão de tempo equalizar a distorção, que ainda é grande.
No entanto, para ela, não basta apenas aumentar o número de mulheres, considerando que, de acordo com a parlamentar, o “avanço da extrema-direita” acaba elegendo candidatas com “com pautas extremamente conservadoras e que atingem a vida das mulheres”.
“Nós queremos eleger mulheres que tenham como pauta, como centro, como programa, a defesa da política pública para as mulheres, de enfrentamento à violência, o combate ao machismo e não mulheres que, como a gente vê na extrema-direita, que fazem coro com machismo, com violência”, explicou.
💥 Desafios
A vereadora reiterou ainda que, entre os principais desafios como oposição na Câmara Municipal, está conseguir aprovar projetos os quais ela entende ser relevante.
“Vou continuar brigando para que sejam aprovadas as leis que dizem respeito ao momento histórico, às necessidades do momento, a necessidade da população, e brigando para que as boas leis se tornem uma realidade na vida das pessoas.”, concluiu
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