Brasileira vive tensão e insegurança no Líbano e espera retornar ao país: ‘pela segurança dos meus filhos’


Tensão entre Israel e Líbano se intensificou na semana passada com a explosão de centenas de pagers, que são dispositivos eletrônicos criados para receber alertas. Paraense relata clima de insegurança no Líbano e espera retornar ao Brasil: ‘Pela segurança dos meus filhos’
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Os ataques de Israel ao Líbano têm deixado brasileiros residentes do país e famílias se sentindo inseguros. A tensão se intensificou após a explosão de centenas de pagers, que são dispositivos eletrônicos criados para receber alertas.
É o caso da paraense Rosana Tavares Said mora há 30 anos em Beirute, capital do Líbano. Ela afirma que não gostaria de deixar o país por causa do conflito, sente que está “abandonando pessoas importantes”, mas teme pela segurança dos meus filhos.
“Eu não queria sair daqui nessa situação. Sinto que é como se estivesse abandonando coisas importantes, pessoas importantes. A situação do Líbano é muito incerta. É pela minha segurança, pela segurança dos meus filhos, pelo futuro deles”.
O consulado do Líbano na capital tem se mobilizado para ajudar a comunidade que está no território em conflito.
“Foi aberta uma conta pelo Consulado Geral do Líbano no Brasil para captar recursos que sejam revertidos em medicamentos e alimentos para mandar para o Líbano. Famílias de paraenses que moram no Líbano, com raízes libanesas, que tem a vontade de voltar para ter a segurança que temos aqui”, conta Makram Said, cônsul honorário do Líbano no Pará.
Conflito no Líbano: em Beirute, paraenses convivem com o medo
No estado do Pará, a comunidade libanesa é a quinta maior do Brasil. A estimativa é de que cerca de 400 mil descendentes e ascendentes de libaneses vivam no estado, e que pelo menos 400 morem no Líbano.
Não são apenas as pessoas que vivem no Líbano que estão inseguras. Os familiares dessas pessoas temem pelas vidas de seus entes queridos, como Heliton Tavares, irmão de Rosana, que espera que ela e sua filha saiam do país o quanto antes.
“Espero que o Líbano e toda região alcance um clima de paz muito brevemente”, diz Heliton Tavares.
Local de bombardeio israelense no bairro de Dahiyeh, em Beirute, no Líbano, em 3 de outubro de 2024.
AP Photo/Hassan Ammar
Uma operação da Força Aérea Brasileira (FAB), com o apoio do governo federal, vai repatriar brasileiros que estão em solo libanês.
Durante a primeira fase, 220 brasileiros serão trazidos para o país, mas de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, três mil já manifestaram interesse em deixar o Líbano.
Ao menos duas famílias paraenses com descendência libanesa já aguardam pela repatriação.
Conflito no Líbano: Restando poucos dias para o Círio de Nazaré, a libanesa Raifa Hanussy, que morou cerca de 30 anos no Pará, pede ao povo paraense que reze pelo término do conflito.
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Restando poucos dias para o Círio de Nazaré, a libanesa Raifa Hanussy, que morou por cerca de 30 anos no Pará, pede ao povo paraense que reze pelo término do conflito.
“Teve uma grande explosão em Beirute. Parecia um terremoto. Eu não aguentei, passei muito mal quando escutei. Todas as ruas que eu pego para trabalhar foram destruídas. Todas. Não tem como eu voltar. Todos os meus amigos estão sem rotina de trabalho. Ninguém está indo para a cidade. Beirute está vazia. Eu peço para todos os paraenses agora no Círio, Nossa Senhora de Nazaré, rezar pela gente. Vamos sair disso”.
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