Empresário e vendedora são presos com R$ 66 mil e santinhos de vereadora candidata à reeleição em ação suspeita de compra de votos


PF entendeu que dinheiro e santinhos da vereadora Juliana Garcia (PP) eram para compra de votos e atuou suspeitos por corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Dupla estava no bairro Laura Moreira, zona Oeste de Boa Vista, quando foi abordada pela Guarda Civil Municipal. Dinheiro apreendido era no valor de R$ 66 mil e estava dividido em notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20; PF entendeu que havia indícios de crimes eleitorais
Reprodução
Um empresário, de 34 anos, e uma vendedora, de 26, foram presos com R$ R$ 66,200 mil e santinhos da vereadora Juliana Garcia (PP), que é candidata à reeleição, numa ação por suspeita de compra de votos. A prisão foi na noite dessa sexta-feira (4) no bairro Laura Moreira, zona Oeste de Boa Vista.
Os dois foram pela Guarda Civil Municipal, quando agentes passavam pelo bairro e viram um de pessoas que se dispersou ao ver a viatura. Foi feita a abordagem e encontrado o dinheiro em espécie de dentro de uma sacola, os santinhos da candidata e lista de nomes de possíveis eleitores.
Depois de presa, a dupla foi levada à sede da Polícia Federal, onde foram autuados em flagrante pelos crimes de corrupção eleitoral, em razão da tentativa de compra de votos, e lavagem de dinheiro, tendo em vista que o valor em espécie não tinha origem ou destino declarados.
“No presente caso, as circunstâncias que permearam a prisão em flagrante dos autuados […] se apresentaram aptas a revelar a intenção direcionada à compra de voto. Isso porque a alta quantidade de dinheiro, R$ 66.200,00 (sessenta e seis mil e duzentos reais), estava acompanhada de material de propaganda eleitoral da candidata à vereadora JULIANA GARCIA (número 11222) e de lista de eleitores, sendo vários apontados como recebedores de valores em troca do voto”, cita trecho do flagrante da PF ao qual o g1 teve acesso.
Em nota, a assessoria jurídica da vereadora, que é sobrinha do governador, informou que ela “nega veementemente qualquer envolvimento em práticas ilícitas, como a compra de votos. A referida prisão dos cabos eleitorais mencionados não tem relação com sua campanha ou com qualquer ação conduzida sob sua orientação.” (Leia a nota na íntegra abaixo).
O delegado do caso também pediu a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos para aprofundar as investigações sobre o casso.
Após a prisão em flagrante, o empresário a vendedora foram levados à audiência de custódia. Na sessão, o Ministério Público Eleitoral, por meio do promotor Evandro Cerutti, opinou para que os dois tivessem a prisão preventiva decretada para garantir a ordem pública e evitar que a conduta criminosa fosse repetida.
No entanto, o juiz da 1ª Zona Eleitoral arbitrou fiança de um salário mínimo para a vendedora e de dois salários mínimos ao empresário, aplicou medidas cautelares e concedeu liberdade aos envolvidos.
Íntegra da nota da vereadora Juliana Garcia sobre o caso
“Jurídico da Vereadora Juliana Garcia,
Em resposta à solicitação de esclarecimento, gostaria de afirmar que a Vereadora nega veementemente qualquer envolvimento em práticas ilícitas, como a compra de votos. A referida prisão dos cabos eleitorais mencionados não tem relação com sua campanha ou com qualquer ação conduzida sob sua orientação.
Esclarecemos ainda que campanha é pautada na ética, na transparência e no cumprimento rigoroso das leis eleitorais. Confiamos nas autoridades competentes para a apuração dos fatos e reiteramos que qualquer tentativa de associar a imagem Vereadora a atos ilegais será tratada com o devido rigor legal.
Manuela Cruz
OAB/RR 2006”

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