Governo diz que BB vai retirar patrocínio da Agrishow após mal-estar envolvendo convite a Bolsonaro

O governo federal disse que vai retirar o patrocínio do Banco do Brasil à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto (SP), após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ser desconvidado como uma das atrações da feira porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou presença.

A informação foi confirmada pelo minitro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.

“Na medida em que o evento perde sua característica institucional e na medida em que houve essa descortesia com o ministro [da Agricultura, Carlos Fávaro] e com o Banco do Brasil, que iria acompanhá-lo no evento, não se justifica mais o patrocínio”, afirmou.

O Banco do Brasil informou que estará presente na Agrishow por meio de sua atuação comercial para realização de negócios e atendimento aos seus clientes.

Impasse

O impasse começou na terça-feira, 25, em uma conversa entre a direção da Agrishow e Fávaro. O presidente da feira, Francisco Matturro, informou ao ministro que Bolsonaro participaria da abertura e que isso poderia causar algum tumulto ou constrangimento por manifestações contrárias ao governo, já que o agronegócio, em sua maioria, apoiou Bolsonaro na eleição do ano passado.

Na reunião, Matturro sugeriu que Fávaro participasse da feira na terça, 2, quando haverá reunião da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária). A conversa desagradou ao ministro e, desde então, o governo passou a considerar não participar do evento.

É tradição que o titular da Agricultura compareça ao primeiro dia de evento, especialmente no início de novos governos. No entanto, ele decidiu não participar.

“O presidente da feira me ligou e perguntou se eu não achava melhor, se pudesse, ir no dia dois. Por que no dia um estariam na abertura o ex-presidente Bolsonaro e o governador Tarcísio. Disse que teria um grande evento no dia dois, mas que eu não fosse no dia um para evitar qualquer constrangimento. Recebi muito bem o recado. Compreendi e disse que não sentiria nenhum constrangimento, e que não iria no dia 1º. E iria repensar se havia possibilidade de ir no dia dois”, disse o ministro da Agricultura em um evento na semana passada.

Com informações da Folha de São Paulo

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