Empresário e filantropo: quem é o suspeito de exploração sexual e pornografia infantil preso no RS


Jelson Silva da Rosa, de 41 anos, foi preso em Imbé na quinta-feira (27). Homem é suspeito de produzir material pornográfico com crianças e fornecer lista de abusos para mães de menores de idade. ‘R$ 3 mil mês mais mimos’: suposta negociação entre suspeito de abusos e mãe de crianças
O homem preso em flagrante, na quinta-feira (27), por suspeita de exploração sexual, pornografia infantil e fraude processual em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, é Jelson Silva da Rosa, de 41 anos. Ele é casado e tem uma empresa de tecnologia em Porto Alegre. A Polícia Civil não divulgou o nome do homem, mas a reportagem da RBS TV conseguiu confirmar a identidade.
”Ele é uma pessoa que tem duas faces. Quem não conhece de verdade, acha que ele é uma pessoa extremamente boa, que ele é uma pessoa que ajuda instituições beneficentes, instituições de caridade. Nesses locais, ele conhece as pessoas, ele ganha a confiança e começa a explorar as mães das crianças”, diz a delegada Camila Franco Defaveri, da 1ª Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA).
O advogado Marcos Vinícius Barrios, que representa Jelson, alega que ”a acusação é lastreada em intuições e presunções indevidas”. Ele acrescenta que ”do material existente que está ao conhecimento da defesa não existe nada que possa indicar as condutas descritas pela autoridade policial”.
Suspeito fazia ‘cardápio’ de abusos, diz delegada
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‘R$ 3 mil’ e ‘mimos’: conversas mostram suposta negociação
Segundo a polícia, os abusos aconteciam no apartamento do homem, em Imbé. O crime foi descoberto através de uma denúncia anônima. Uma pessoa viu a conversa da mãe das meninas, de 8, 10 e 12 anos, no computador da empresa onde ela trabalhava. Nas mensagens, obtidas pela RBS TV, o empresário acertava valores com a mulher para abusar das filhas.
“Vamos ficar aí em POA em um apzinho que vou alugar no (…) pego ela saímos jantamos vamos pro ap depois no outro (…) R$1.500. E aí daqui 15 dias fizemos de novo. Ou seja R$ 3.000 mês mais mimos a ela”, diz o suposto abusador à mulher em uma das mensagens. Há trechos que foram suprimidos pela polícia.
O empresário ainda sugere que no verão eles façam viagens para a praia e também parques aquáticos.
”Era tipo um ‘cardápio’ mesmo. De uma forma bem singela, explicando os valores e o que faria com a criança, por exemplo, desde passeios ao shopping e ao cinema, como banho, dormir de conchinha”, relata a delegada.
A mulher suspeita de submeter as três filhas à exploração sexual está presa. As meninas foram encaminhadas aos cuidados da avó.
”O Conselho Tutelar do município onde as crianças estão vai encaminhar para a rede de proteção, que é psicólogo de saúde mental, vão encaminhar para a escola, serviço de contraturno de escola, que é pras crianças poderem estar em um espaço protetivo”, diz o coordenador do Conselho Tutelar, Leandro Barbosa.
Denúncia
Casos de exploração sexual de menores podem ser denunciados pelos telefones 181 e 0800-642-6400. A Polícia Civil do RS também recebe relatos pelo WhatsApp (51) 98444-0606.
Investigação
Um computador e um celular foram recolhidos durante cumprimento de mandados na casa onde Jelson, no município do Litoral Norte. Segundo a polícia, o local é um “imóvel de luxo”, amplo e com muita segurança.
No momento em que os policiais ingressaram na residência, o investigado teria quebrado um celular e um computador. Contudo, a Divisão de Informática do IGP conseguiu recuperar conteúdos armazenados. O suspeito trabalha na área de tecnologia da informação (TI), atuando na “deepweb”, segundo a delegada.
Já no apartamento, mantido sem o conhecimento da esposa do suspeito, foram encontrados diversos objetos, como vibradores com resíduos humanos.
“Ele usava um apartamento perto, de um quarto, bem pequenininho, para cometer os abusos. A cama estava bem bagunçada”, conta a delegada.
A Polícia Civil afirma que o suspeito ofertava presentes, como brinquedos, roupas e material de higiene pessoal, às meninas. Ele receberia as crianças nesse apartamento.
Itens apreendidos no apartamento do suspeito, em Imbé
Polícia Civil/Divulgação
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