Maior parte das comissões da Alesp fica com partidos da base do Governo de SP

Oposição comanda quatro, mas vice-presidências têm parlamentares governistas. PSOL, sexta maior bancada, não comandará nenhuma. Alesp: PT e PL ficam com maior número de comissões
Das 21 comissões permanentes da Alesp, ao menos 16 têm na presidência deputados de partidos que compõem a base do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou apoiaram a eleição do governador.
A Casa terminou nesta quinta-feira (27) a definição das presidências das comissões. Os grupos são responsáveis, por exemplo, pela discussão e apreciação de projetos de lei e proposições legislativas antes de irem a plenário. Também podem convocar autoridades públicas para prestar esclarecimentos.
A oposição ficou com quatro comissões, mas todas elas têm na vice-presidência parlamentares alinhados ao governo estadual.
A comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, por exemplo, tem o deputado Eduardo Suplicy (PT) na presidência e o deputado bolsonarista Gil Diniz (PL) na vice.
O PSOL, sexta maior bancada da Casa, não ficou com presidência ou vice alguma, apesar de ter mais deputados do que siglas que conquistaram os postos de comando, como PSD e MDB, da base do governo.
Presidências de comissões permanentes:
PL – 4
PT – 4
Republicanos – 3
PSDB – 2
União Brasil – 2
PSD – 1
Podemos – 1
PP – 1
PSB – 1
MDB – 1
Cidadania – 1
A deputada Paula Nunes (PSOL), da bancada feminista, diz que não houve respeito ao princípio de proporcionalidade na escolha e credita a de representação ao fato de a sigla não ter apoiado a eleição de André do Prado (PL) à presidência.
“A maior parte das comissões está com partidos ligados ao governo, com pouca oposição, o que demonstra uma baixa pluralidade de ideias e debates na Casa”, diz. “Isso transforma a Alesp, que é uma casa legislativa, em uma continuação do governo do estado.”
Já o deputado Enio Tatto (PT), líder da minoria, diz que o governo deveria ceder e respeitar a proporcionalidade no comando das comissões, já que a oposição tende a ser minoria entre os membros.
Ele também questionou o fato de a oposição não liderar as comissões de Defesa e dos Direitos das Mulheres, que ficou com a deputada Valeria Bolsonaro (PL), e a de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana, criada neste ano e agora sob a liderança do deputado Rafael Saraiva (União Brasil).
O líder do governo na Casa, deputado Jorge Wilson (Republicanos), afirma que a composição foi feita de forma plural e democrática, e que é a melhor formação de comissões que já viu na Casa.
Em nota, a Alesp diz que a definição do presidente e vice de cada grupo cabe aos membros da comissão, indicados pelo presidente da Casa.
No total, PL e PT, maiores bancadas, ficaram com quatro presidências cada. São seguidos pelo Republicanos, com três, e PSDB e União Brasil, com duas cada. As outras cinco restantes ficaram com Podemos, PP, PSB, MDB e Cidadania.

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