Empresa do RS que prometeu reduzir orçamento caso Lula fosse eleito pagará R$ 1,5 milhão de indenização, diz MPT


Caso aconteceu em outubro de 2022, entre o primeiro e o segundo turno do pleito. Empresa ainda se comprometeu, ao assinar acordo, a emitir comunicados a seus funcionários defendendo a livre escolha política nas próximas duas eleições. Documento investigado pelo MPT-RS diz que orçamento da empresa deve ser reduzido em 30% “em se mantendo este mesmo resultado no 2º turno”
Reprodução/Redes sociais
A Stara, empresa do ramo de máquinas e implementos agrícolas com sede em Não-Me-Toque, no Norte do RS, pagará R$ 1,5 milhão de indenização por danos morais coletivos por ter emitido um comunicado a fornecedores em que prometia reduzir o orçamento em 30% caso Lula (PT) vencesse a eleição presidencial de 2022. O caso aconteceu em outubro do ano passado, entre o primeiro e o segundo turno do pleito.
O g1 tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
À época da emissão do comunicado, a Stara tinha como sócio Gilson Lari Trennepohl, vice-prefeito de Não-Me-Toque, que doou R$ 350 mil a Jair Bolsonaro (PL) e foi um dos 10 maiores doadores da campanha do presidente.
No acordo, firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta quarta-feira (26), entretanto, a Stara não reconheceu a prática de assédio. O valor da indenização será revertido a projetos e ações de impacto social de Carazinho, Não-Me-Toque, Santa Rosa, Tapera, Espumoso e Passo Fundo — principais cidades dos trabalhadores da empresa.
Além disso, a empresa ainda se compromete a adotar práticas para proteção do livre exercício da cidadania entre seus empregados. Entre as ações, a Stara se responsabiliza a divulgar em todas as unidades, durante o período de campanha eleitoral nas eleições de 2024 e de 2026, um comunicado ressaltando o direito constitucional dos trabalhadores de exercerem de modo livre sua cidadania e de votarem sem direcionamento.
Relembre o caso
Entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial de 2022, a Stara emitiu um comunicado, assinado pelo diretor administrativo financeiro Fabio Augusto Bocasanta, alertando sobre uma possível “instabilidade política e possível alteração de diretrizes econômicas no Brasil após resultados prévios do pleito eleitoral”.
O documento ainda afirmava que, “em se mantendo este mesmo resultado no 2º turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária para o próximo ano em pelo menos 30%, consequentemente o que afetará o nosso poder de compra e produção, desencadeando uma queda significativa em nossos números”.
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