Sindicato diz que ônibus semiurbanos não vão suportar a carga de passageiros na Grande Ilha: ‘transtorno até maior’


Presidente da Sindutcol-MA afirmou que as linhas do Sistema Metropolitano, que correspondem a apenas 30% da frota total de ônibus na Grande Ilha, não são suficientes para atender a população. aulo Henrique, presidente do Sindicato dos Usuários de Transporte Coletivo Rodoviário, Hidroviário e Aéreo do Maranhão (Sindutcol-MA),
Reprodução/TV Mirante
Após o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) afirmar que os ônibus semiurbanos irão voltar a circular a partir das 12h desta quinta-feira (27), a preocupação é a sobrecarga do sistema, que atende os municípios de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar.
Segundo Paulo Henrique, presidente do Sindicato dos Usuários de Transporte Coletivo Rodoviário, Hidroviário e Aéreo do Maranhão (Sindutcol-MA), as linhas do Sistema Metropolitano, que correspondem a apenas 30% da frota total de ônibus na Grande Ilha, não são suficientes para atender a população.
Ele afirma que a linha semiurbana transporta, por dia, aproximadamente 180 mil pessoas. Assim, o sistema não conseguirá atender as 750 mil pessoas que, segundo ele, utilizam sistema de transporte público somente em São Luís.
“Infelizmente não tem como, até porque os ônibus semiurbanos são padronizados, não são dos consórcios. E isso vai trazer um ‘problemão’ pra nossa cidade. Eles [os ônibus] não vão suportar a carga de pessoas, e vai acabar trazendo um transtorno até maior pra nossa sociedade”, disse Paulo Henrique em entrevista à TV Mirante.
Paralisação dos rodoviários chega ao terceiro dia em São Luís
Além do retorno da circulação dos ônibus do sistema semiurbano, também ficou decidido que algumas linhas farão o percurso até o Centro de São Luís, e não somente até os terminais de integração, com o objetivo de minimizar os transtornos causados pela paralisação dos rodoviários.
“Se não haver um acordo imediato da própria Prefeitura de São Luís para se resolver essa situação, o sistema semiurbano, com certeza, vai dar não uma sustentação acima do que a gente quer, mas vai tentar amenizar nossa situação”, disse ainda o presidente do Sindutcol.
Terceiro dia de greve
Terminais de ônibus estão vazios na Grande São Luís
Paulo Soares/Grupo Mirante
A paralisação dos rodoviários chega ao terceiro dia nesta quinta-feira (27) em São Luís. O Prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), afirmou, em entrevista coletiva nessa quarta-feira (26), que só haverá repasse de subsídios para as empresas de ônibus se houver melhoria no transporte público.
A suspensão nos repasses de subsídios da Prefeitura de São Luís é o motivo alegado pelos empresários de não pagar os salários dos motoristas, o que culminou na greve dos rodoviários, na última terça-feira (25), e que ainda não tem previsão de acabar.
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Uma reunião entre o Sindicato das Empresas de Transportes (SET) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), que estava prevista para acontecer na terça não foi realizada, e, com isso não houve uma negociação inviabilizando, desta maneira, a volta da circulação dos coletivos na capital.
A Prefeitura de São Luís, responsável pelo transporte público na capital, não nega a falta de repasses, mas rebateu afirmando que são os empresários que não cumprem com acordos, afinal, o SET teria se comprometido a melhorar o transporte público, o que não vem ocorrendo.
Paralisação é ilegal
A Justiça do Trabalho considerou, no início da madrugada de terça-feira (25), a paralisação de 100% dos serviços rodoviários ilegal, pois impede a continuidade do serviço público.
“Assevera, ademais, que o comunicado de greve geral, com paralisação de 100% dos trabalhadores do transporte rodoviário viola a Lei Federal nº 7.783/89, na medida em que impede a continuidade do serviço público de natureza essencial, revelando abuso de direito”, disse o magistrado.
Com isso, o desembargador José Francisco de Carvalho Neto atendeu, em partes, o pedido da Prefeitura de São Luís contra os Sindicatos dos Rodoviários e das Empresas determinando que 70% da frota de ônibus continue circulando na Grande São Luís. Em caso de descumprimento, foi fixada uma multa no valor de R$ 50 mil.

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