Sua roupa pode demorar 200 anos para se decompor; veja como fazer escolhas melhores ao se vestir


Podcast ‘De onde vem’ explica o que é o fast fashion, modelo de produção rápida e em larga escala. Episódio conta por que as fibras naturais são mais sustentáveis. Fibras sintéticas x naturais: entenda a diferença
Não é só o preço: a origem de uma peça de roupa também conta (ou pelo menos deveria) na hora da compra.
O podcast “De onde vem” detalha como os consumidores podem fazer escolhas mais sustentáveis e explica a produção do algodão, do linho e da seda.
🎧OUÇA (acima) e, na sequência, entenda o problema provocado pelo modo de produção conhecido como fast fashion.
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Tecidos sintéticos x fibras naturais
O pesquisador Diego Follmann, da Universidade Federal de Santa Maria, explica que o petróleo é um composto que está inativo no meio ambiente. O problema das roupas sintéticas é que, ao produzir um tecido derivado desse combustível fóssil, o petróleo volta para a natureza e pode levar séculos para se decompor.
” Os derivados de petróleo não têm um ciclo de retorno”, completa. No caso das fibras naturais, produzidas a partir de plantas, os materiais voltam de onde vieram:
“Elas vão se decompor e retornar para o meio ambiente. Nesse caso é considerado um produto sustentável”, destaca o pesquisador.
O poliéster (derivado do petróleo) pode demorar 200 anos para se decompor. Já uma roupa de algodão, uma fibra natural, entre cinco meses e 20 anos.
Segundo o Relatório da Indústria Têxtil Brasileira (2022), o consumo mundial de fibras químicas cresce 5,2% ao ano e corresponde a quase 73% do total. Já o consumo de fibras naturais aumenta em ritmo menor: 3,6% ao ano.
As fibras químicas são divididas entre sintéticas (derivadas do petróleo) e artificiais, produzidas a partir da celulose, como é o caso da viscose.
Lixão têxtil no deserto do Atacama, Chile.
Profissão Repórter
Entenda o fast fashion (moda rápida)
Roupas mais baratas;
Produção em tempo recorde e em larga escala;
Baixa qualidade das roupas;
Uso de tecidos sintéticos, derivados do petróleo, como o poliéster e o náilon;
Roupa sai de moda rapidamente e logo é descartada;
Pode estar associado a casos de mão-de-obra análoga à escravidão.
Slow fashion (moda lenta)
Maior ciclo de vida do produto;
Melhor qualidade e menor quantidade;
Roupa tem custo maior;
Uso de tecidos de fibras naturais, como o linho e o algodão;
Respeito às condições de trabalho.
Para incentivar a sustentabilidade na moda, a estilista Isa Isaac Silva explica que o cuidado começa na escolha pelos fornecedores da matéria-prima.
“Eu busco sempre tecidos nacionais, vindos de empresas sérias e que tenham responsabilidade ambiental, com trabalho humanizado”, conta a estilista.
Ela também opta por fibras naturais como o algodão, o linho e a seda. E durante a produção das roupas há um cuidado para evitar o desperdício: “A gente busca o mínimo descarte de lixo, tudo precisa ser reaproveitado”, detalha.
Fibras naturais são menos prejudiciais ao meio ambiente.
Mel Poole / Unsplash
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