Polícia investigará denúncias de homofobia, racismo e xenofobia contra professor que ‘apoiou’ ataque a creche

Creche onde ocorreu o ataque em Blumenau (SC)

Creche onde ocorreu o ataque em Blumenau (SC) Luíza Morfim/Divulgação

A Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC) afirmou, por meio de nota divulgada nesta terça-feira, que recebeu outras denúncias contra o professor de Joinville gravado em sala de aula ‘apoiando’ o ataque a creche de Blumenau, que deixou quatro crianças mortas. As novas denúncias tratam de racismo, xenofobia, homofobia e intolerância religiosa.

Segundo a Polícia Civil, as denúncias serão averiguadas e distribuídas paras as unidades policiais correspondentes.

O professor já é alvo de um inquérito para investigar o possível delito de apologia ao crime por conta da fala feita em sala de aula. Na gravação, ele diz que “mataria uns 15, 20”, em referência ao ato criminoso praticado por um homem de 25 anos que invadiu a creche Cantinho do Bom Pastor e assassinou quatro crianças.

No domingo, a Justiça de Santa Catarina acolheu um pedido da Polícia Civil para que o educador fosse afastado do trabalho na Escola Estadual George Keller. Ele também terá de usar tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar dos alunos.

Após a divulgação das imagens, pais e alunos pediram a expulsão do profissional. A Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina informou que vai apurar a conduta do professor.

Em nota, a Secretaria disse que “está tomando todas as medidas cabíveis” e fará a “verificação dos fatos para dar andamento ao processo”.

Esclarecimento aos leitores sobre cobertura de ataques e massacres pelo Grupo Globo

 

A respeito do ataque ocorrido a uma creche em Blumenau (SC), no qual quatro crianças foram mortas e outras cinco, feridas, o Grupo Globo divulgou nota sobre as diretrizes que orientam a cobertura de casos de ataques e massacres de seus veículos de imprensa:

“Os veículos do Grupo Globo tinham há anos como política publicar apenas uma única vez o nome e a foto de autores de massacres como o ocorrido em Blumenau. O objetivo sempre foi o de evitar dar fama aos assassinos para não inspirar autores de novos massacres. Essa política muda hoje e será ainda mais restritiva: o nome e a imagem de autores de ataques jamais serão publicados, assim como vídeos das ações.

A decisão segue as recomendações mais recentes dos mais prestigiados especialistas no tema, para quem dar visibilidade a agressores pode servir como um estímulo a novos ataques. Estudos mostram que os autores buscam exatamente esta “notoriedade” por pequena que seja. E também não noticiamos ataques frustrados subsequentes, também para conter o chamado “efeito contágio”.

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